Silas Malafaia diz que foi sócio do ‘Sheik dos Bitcoins’, que teria lesado Sasha Meneghel: ‘Pulei fora’

Pastor revelou que foi sócio de Francis em empresa de marketing de relacionamento multinível, voltada ao público evangélico, mas negou relação com o suposto esquema.

Em matéria publicada pelo jornal O Globo na última terça-feira (28), o pastor Silas Malafaia admitiu que é ex-sócio de Francisley Valdevino da Silva, o Francis da Silva. Sheik, como Francis também é conhecido, é investigado pela Polícia Federal por suspeita de crime contra o sistema financeiro nacional através da empresa dele, a Rental Coins, que se apresenta como exchange de criptomoedas e que também é investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Paraná por supostamente promover esquema Ponzi (pirâmide financeira).

Entre as possíveis vítimas da Rental Coins estariam a modelo Sasha Meneghel e o marido dela, o cantor João Figueiredo, que ingressaram com uma ação judicial na 14ª Vara Cível de Curitiba (TJ-PR) alegando que fizeram aportes financeiros que totalizam mais de R$ 1,2 milhão em uma modalidade oferecida pela empresa com base na locação de criptoativos em troca de rendimentos mensais fixos de até 13,5% sobre o valor investido. 

Sheik dos Bitcoins é suspeito de esquema de pirâmide financeira. Foto: Arquivo pessoal

Malafaia disse que “pulou fora” assim que começaram a circular boatos de que o “Sheik dos Bitcoins”, então sócio do religioso, estaria por trás dos calotes da Rental Coins nos clientes da empresa. Ele ainda desafiou qualquer pessoa a provar que pedia aos fiéis, durante os cultos religiosos, que investissem nas operações promovidas por Francis, que também é evangélico e teria se aproximado de pastores, cantores e fiéis a fim de convencer vários deles a apostarem em sua empresa de criptomoedas, entre eles o marido de Sasha, segundo publicação do portal Metrópoles. 

Silas Malafaia e Francis da Silva eram sócios da AlvoX Negócios, uma empresa de marketing de relacionamento multinível direcionada ao público evangélico. Segundo O Globo, a parceria, que tinha entre as oportunidades a obtenção de ganhos de 10% sobre a revenda de livros, bíblias e outros produtos, apresentava como objetivo a captação de mais recursos para pagar os credores da Central Gospel, empresa criada por Malafaia para arrecadar fundos para a igreja dele, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo. 

A parceria com o Sheik dos Bitcoins, firmada no ano passado, seria uma tentativa do pastor de salvar a Central Gospel, que teria entrado em crise em 2019, quando Silas e a sócia e esposa dele, a pastora Elisete, teriam ingressado com um pedido de recuperação judicial no valor de R$ 16 milhões.

Após a parceria com Francis, o religioso, em um vídeo intitulado “O início de tudo”, publicado no YouTube, disse que:

“Essa nova estação vai nos levar para patamares mais altos e abençoar muita gente, como nunca foi antes.”

No entanto, em outubro, cinco meses depois de sua abertura, começaram os problemas da Rental Coins e de Francis. 

Ao argumentar que não é responsável nem pelos atos de seus filhos mais velhos, o pastor disse que não tem como adivinhar se um sócio é traficante ou estuprador. 

“Quando começamos, ele não estava devendo a ninguém. Quando começou o rumor, pulei fora. Não misturo igreja com negócios. Nunca indiquei os Bitcoins para ninguém da minha família ou da igreja”, justificou. 

Silas disse ainda que, desde a Operação Kryptos, que prendeu Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó do Bitcoins, alerta aos fiéis sobre os riscos de ganhar dinheiro fácil. 

Sobre Glaidson, um relatório da Polícia Federal apontou que uma empresa de um sócio do banco Capitual teria convertido R$ 228 milhões em criptomoedas mesmo com Faraó dos Bitcoins preso, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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