São Paulo recebe ATM de Bitcoin e CoinCloud planeja outros 11 caixas eletrônicos até o final do mês

Número de caixas eletrônicos de criptomoedas no Brasil deve aumentar com chegada de empresa dos EUA.

A empresa estadunidense Coin Cloud instalou nesta sexta-feira seu primeiro caixa eletrônico de criptomoedas em São Paulo, segundo o Valor Investe.

A CoinCloud instalou seu primeiro ATM fora dos Estados Unidos no hotel Sheraton WTC SP, na zona sul da capital paulista, e planeja ter 11 caixas no Brasil até o fim de novembro.

Entre os bairros que devem receber os caixas eletrônicos, estão Jardins, Itaim Bibi, Pinheiro e Brooklin, além de um em Alphaville, um em Sorocaba e outro no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca.

Nas máquinas, é possível comprar e sacar criptomoedas como Bitcoin, Ether, Litecoin e XRP, além de stablecoins como Tether e USDC, usando reais. O valor mínimo das transações é de R$ 10 nas compras de criptomoedas e R$ 50 para os saques em real.

As criptomoedas compradas são armazenadas em uma carteira Coin Cloud, com o app disponível para Android e iOS, ou outras carteiras digitais indicadas pelo cliente e acessíveis por QR Code.

O CEO da empresa, Chris McAlary, comentou a iniciativa:

“Acompanhei de perto os índices de negociação nos últimos anos, e sempre me surpreendi em ver que depois do dólar e do euro, o real aparecia com força. Isso só pode indicar uma demanda forte”.

Ele conta que entrou para o mercado cripto ainda em 2010, quando estudou a mineração da criptomoeda e passou a fazer mineração desde a garagem de sua casa:

“À época, comprar bitcoin ainda era muito difícil e pouco seguro. O jeito mais fácil de ter era aprender a minerar. Fiz isso em minha garagem por alguns meses, mas depois que minha conta de energia elétrica subiu de US$ 100 para US$ 6 mil, desisti”

Ele fundou a empresa em 2014 e já tem mais de 1.000 ATMs cripto instalados nos Estados Unidos, especialmente em Los Angeles e em Las Vegas. A Cloud Coin já tem uma equipe em recrutamento no Brasil.

A empresa cobra de 7 a 15% de taxas dos clientes na compra e venda de criptomoedas. McAlary aposta na facilidade dos caixas eletrônicos e na possibilidade de pequenas vendas de moedas contra o real para acelerar a adoção dos ATMs no Brasil:

“Há ótimas exchanges no Brasil e fazem um grande trabalho. Mas talvez sejamos mais disponíveis, pois permitimos comprar Bitcoins a partir de apenas R$ 10. E fazemos isso sem que o cliente precise se conectar a uma conta bancária ou assinar um termo de uso de 20 páginas”

A responsável pelo desenvolvimento de negócios internacionais da Coin Cloud, Isabela Rossa, diz que a digitalização financeira e a necessidade de acesso ao sistema financeiro por desbancarizados serão importantes para todo o mercado cripto brasileiro:

“A adoção de criptos cresceu no Brasil nos últimos anos, mas metade da população ainda é paga em dinheiro físico. Parte do poder de nosso produto é servir esse público, que corre o risco de ficar para trás – e ter de pagar mais por isso – conforme o mundo se move para o digital”

A empresa ainda tem planos de expandir sua rede de caixas eletrônicos para outros estados além de São Paulo e Rio de Janeiro, com Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e Goiânia (GO) como potenciais capitais a receberem os ATMs no futuro próximo.

São Paulo já tem outros ATMs de Bitcoin espalhados pela cidade, com nove no total a partir do lançamento desta sexta-feira. Recentemente, a TecBan, que é dona da rede de terminais Banco 24Horas, fechou parceria com o criptobanco Capitual para permitir saques cripto em toda a rede.

A adoção de máquinas de saques e compras de criptomoedas têm crescido muito no Brasil e na América Latina, sendo a Colômbia o país com mais ATMs do continente, com quase 60 terminais espalhados pelo país. No mundo, já são mais de 10.000 ATMs de criptomoedas.

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