Ronaldinho Gaúcho segue preso; por que o craque precisava de documentos paraguaios?
O astro do futebol mundial Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis seguem presos preventivamente no Paraguai, acusados de usarem documentos falsificados para entrar no país.
O astro do futebol mundial Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis seguem presos preventivamente no Paraguai, acusados de usarem documentos falsificados para entrar no país. A defesa dos dois entrou com um recurso para que eles cumpram prisão domiciliar nesta segunda-feira, 9 de março.
Mas por quê um craque milionário, escolhido melhor jogador do mundo e reverenciado por onde passa, precisava de um documento falso para entrar no Paraguai, membro do Mercosul? Esta é a pergunta que muitos estão fazendo, embora ainda sem muitas respostas concretas.
O que se sabe é que Ronaldinho foi convidado por Dalia López, hoje foragida, para participar de eventos no país. Os passaportes teriam sido entregues pelo empresário brasileiro Wilmondes de Souza Lira, também preso, ainda no Brasil.
Ronaldinho e Assis foram alvo de uma batida policial na quarta-feira, 4 de março. As autoridades haviam constatado que ambos tinham entrado no Paraguai com documentos adulterados, mesmo que eles não precisassem de passaporte para entrar no país, bastando a célula de identidade brasileira.
À polícia, eles disseram que quem fez o convite para irem ao país foi o empresário Nelson Belotti, dono de um cassino no país, e por uma entidade chamada “Fraternidade Angelical”, de Dália López.
Além deles, foram detidas ainda duas mulheres, apontadas como donas dos documentos adulterados. O advogado de Ronaldinho diz que ele é vítima e que pensou ter recebido os documentos como “cortesia”:
“Ele poderia ter entrado no país com seus documentos brasileiros. Não é perito em documentos. Ele pensou que havia recebido documentos (paraguaios) de cortesia, de maneira honorária”
O promotor paraguaio Osmar Legal pediu a prisão preventiva de Ronaldinho e Assis alegando risco de fuga, agravado pelo fato do Brasil não extraditar seus cidadãos. Segundo ele, “há indícios de que outros crimes foram cometidos”.
Outro advogado de Ronaldinho chegou a dizer no fim de semana que ele “não sabia que havia cometido um crime” e que o ex-jogador é “tonto”.
Outro promotor do caso também tentou explicar a atitude do jogador:
“Um brasileiro com documentação paraguaia poderia ter a vantagem de participar de negócios em algumas empresas no país, que não seriam dadas sem a cidadania paraguaia.”
A mídia brasileira repercutiu a prisão com incredulidade. Um colunista do Jornal Correio chamou Ronaldinho de “nossa versão de Maradona”, enquanto outros jornalistas apontam que o jogador pode ter um “choque de realidade” a partir do ocorrido. O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, teria ligado para as autoridades paraguaias para atualizar-se sobre o caso.
Como noticiou o Cointelegraph Brasil, Ronaldinho Gaúcho é réu em uma ação contra a 18K Ronaldinho, empresa do qual era garoto-propaganda e que vendia arbitragem de Bitcoin em um plano de “marketing multinível” acusado de pirâmide. O jogador e seu irmão também passaram um longo período sem passaporte por terem sido condenados por um crime ambiental no Rio Grande do Sul, mas fez um acordo com o Ministério Público e recuperou seus documentos.