Alta para US$ 30 mil ou queda para US$ 18 mil: 7 analistas avaliam como será o preço do Bitcoin em março

Analistas não acreditam em alta exponencial para o preço do Bitcoin em março e pedem para os investidores terem cautela com o mercado

No começo de fevereiro, o Cointelegraph procurou diversos especialistas nacionais para saber como o preço do Bitcoin (BTC) se comportaria no mês. Embora, na época, alguns mais otimistas acreditavam em uma alta para US$ 30 mil e outros mais pessimistas uma queda para US$ 15 mil, na média os especialistas pontuaram uma volatilidade entre US$ 25 mil e US$ 20 mil, o que, de fato, ocorreu no mês.

Agora, para o mês de março, o Cointelegraph conversou com 7 analistas e a maioria dos especialistas não arriscou uma posição muito otimista, destacando que o mercado já deixou o hype de janeiro para trás, portanto, um rali rumo a US$ 30 mil parece cada dia mais difícil. Confira:

Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, destacou que o Bitcoin tende a acompanhar o cenário macro e com isso o mês de março tende a ser desafiador, conforme fica mais claro para o mercado que os juros americanos ficarão altos por um tempo muito maior que o esperado.

“Dificilmente o Bitcoin se descolará dos mercados tradicionais em caso de queda nas exchanges. Em paralelo, o mês também promete novas crises internas com pressão da SEC em grandes empresas cripto e um pequeno contágio da quebra do banco Silvergate”, disse.

Já Lucca Benedetti, analista de cripto do Mercado Bitcoin, destacou que o mês de março tem tudo para ser um mês com bastante volatilidade, com o vencimento de opções e futuros, divulgação de dados da economia americana e mais uma reunião do FOMC.

“O comportamento do Bitcoin vai depender principalmente dos resultados dos dados da economia americana, que vieram acima do esperado no mês de janeiro, indicando que talvez o FED tenha de apertar os juros por mais tempo que o esperado”, destacou.

Na mesma linha,  Antonio Bertuccio, Head of Strategies iVi Technologies, disse que o preço do BTC tende a ficar entre US$ 21 mil e US$ 24 mil.

“Ao nível global, o Bitcoin está bastante correlacionado com os índices acionários americanos e, ao longo dos últimos 12 meses, vemos uma dificuldade maior em definir o comportamento do Bitcoin de maneira independente dos mercados internacionais. Se os mercados precificarem o possível aumento da taxa de juros, podemos ver o Bitcoin se mantendo lateral acumulando para o próximo movimento de alta dos meses a seguir”, analisou.

Touros sem forças

A COO do Yaak Ventures, Marina Perelló, afirma que o Bitcoin começa o mês de março “derretendo” como consequência do prejuízo anunciado pelo Silvergate Capital. O banco alega danos às finanças decorrentes da derrocada dos criptoativos que aconteceu no ano passado. 

“O mercado ainda está receoso pela FTX, e um possível aperto regulatório pode estar a caminho. Neste cenário, o Bitcoin enfrentará grande resistência para ultrapassar a barreira dos US$ 25 mil. Para os investidores, é o momento de estar atento aos próximos acontecimentos”, afirmou.

Thiago Cesar, CEO da Transfero, também destaca o cenário econômico nos EUA e salienta a divulgação da taxa de juros pelo FED e afiram que em caso de notícia negativa, indicando persistência ou aumento da inflação, o FED deverá reforçar o posicionamento contracionista e sinalizar uma alta nos juros. Tal cenário impactaria negativamente o preço dos ativos financeiros, incluindo os criptoativos.

“Porém, com uma sinalização positiva sobre a inflação, o sentimento pode se reverter e o mercado pode começar um movimento de alta, impulsionado por narrativas específicas do mundo cripto, como escalabilidade e novos agregadores de liquidez”, destacou.

Para William Lee, Head de Cripto da InvestSmart XP, a recente queda do preço do Bitcoin pode ser explicada pela contínua correlação entre o mercado cripto e o cenário macroeconômico, já que recentemente indicador de inflação (PCE) superou as projeções do mercado, o que elevou as expectativas para os juros americanos, impactando no preço desses ativos.

“A expectativa é de que o movimento de alta continue, mas com fatores de risco que podem empecilhar essa tendencia, como aconteceu neste início de mês. Basicamente, os fatores macroeconômicos ainda contribuem com o price action de ativos de risco.

Outro fator que pode ou não impactar negativamente o mercado de cripto é o risco de o banco SIlvergate estar em apuros financeiros, uma vez que ela solicitou o adiamento da divulgação de resultados do quarto trimestre de 2022, em que a própria Coinbase (COIN) já cancelou a utilização de seus serviços de meio de pagamento para seus usuários”, disse.

Ainda há esperança

Mais otimista, Cássio Krupinsk, CEO da BlockBR, acredita que março será um mês positivo para o Bitcoin e acredita que se o BTC romper com US$ 26 mil ele deve seguir até US$ 35 mil. 26.000, mas para esta força ele diz que é preciso que os volumes das operações aumentem e que o mercado se sinta motivado justamente pela nova tendência que é a virada de chave tecnológica no mundo das finanças.

“Porém, olhando pela perspectiva oposta, vemos que para que se firme uma nova queda do valor e pessimismo é necessário haver uma força muito grande para então romper o patamar de US$ 15.500. Se este assim fizer, então podemos aguardar novas posições das baleias para uma precificação muito abaixo após o rompimento do piso referido anteriormente. Contudo, a alusão do mês de fevereiro deixa muito possível o mês de março ser a decisão para o próximo trimestre”, afirmou.

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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