Rio de Janeiro lança projeto ‘Porto Maravalley’ e quer se transformar em capital da inovação tecnológica do Brasil
Após revitalização, Zona Portuária da Capital Fluminense se prepara para abrigar empresas de tecnologia e virar ‘Vale do Silício’ brasileiro.
Da decadência à modernidade, assim pode ser resumida a transformação da Zona Portuária do Rio de Janeiro, uma região tomada pela depreciação no coração da cidade até 2011, quando foi instituída uma Lei Complementar prevendo o projeto “Porto Maravilha”, destinado à recuperação da infraestrutura urbana, de transporte e dos patrimônios histórico e cultural da Região Portuária, uma área de 1,2 milhão de metros quadrados na região central da Cidade Maravilhosa. O local, que está intimamente ligado a movimentos desenvolvimentistas da história nacional, poderá se transformar nos próximos anos em um hub tecnológico, uma espécie de ‘Vale do Silício’ brasileiro: o hub ‘Porto Maravalley’. Pelo menos, esta é a proposta da Invest.Rio, uma agência da prefeitura municipal, voltada a atrair investimentos para a cidade.
Formalizado na última terça-feira (31) em um encontro no Palácio da Cidade, o hub tecnológico se enquadra na Lei Municipal de 7000/2021, que prevê uma redução de 5% para 2% no Imposto Sobre Serviços (ISS) de empresas que se instalarem na Região do Porto Maravilha. Já o “Porto Maravalley” ocupará uma área de cerca de dez mil metros quadrados, onde estão previstos investimentos em torno de R$ 40 milhões, segundo informações da prefeitura.
“Além de um hub de startups, o Maravalley vai ter o primeiro curso de graduação do Impa, orgulho do ensino brasileiro! Em março do ano que vem, já devemos ter a primeira turma funcionando na nova sede na região portuária”, disse o prefeito Eduardo Paes.
Ele se referia ao novo campus do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que será instalado no local para oferecer um curso de graduação em Matemática com objetivo de funcionar em simbiose com as startups instaladas no Porto Maravalley.
Para o diretor-geral da instituição, Marcelo Viana, a proposta de parceria com o hub Maravalley vem ao encontro a diversos objetivos estratégicos do Impa.
“É nossa prioridade estratégica uma aproximação com o setor produtivo, de forma a promover a capacitação de profissionais de alto nível para a indústria e a transferência de tecnologia matemática para os processos econômicos. A inserção da nossa graduação num ambiente de inovação vai contribuir muito nesse sentido”, declarou.
O Porto Maravalley, segundo a Invest.Rio, tem como um dos principais propósitos a formação de um ecossistema de empresas de diversos tamanhos de base tecnológica ou que oferecem serviços para esse mercado, de startups e agências digitais a organizações bilionárias do mercado de edutech.
Segundo o presidente da Invest.Rio, Rodrigo Stallone, esta condição permitirá o crescimento e expansão do projeto.
“Esse movimento mostra que as empresas gostam de estar próximas umas das outras, pois existe uma riqueza de troca de conhecimento muito necessária nesse setor. Será um movimento exponencial que já estamos vivendo no Porto Maravilha. Sabemos que regiões inovadoras se estabelecem em raios pequenos, de no máximo três quilômetros. Seja você um investidor, founder de uma startup ou uma grande corporação, encontrar todos os atores do ecossistema no mesmo espaço facilita muito o fechamento de grandes negócios”, concluiu.
O hub Porto Maravalley não é a primeira iniciativa da Capital Fluminense direcionada à adesão da administração municipal às tecnologias disruptivas. Em março deste ano, por exemplo, o município anunciou que vai aceitar Bitcoin (BTC) como forma de pagamento de impostos municipais, de acordo com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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