‘Criptoeconomia é a próxima fronteira do mercado financeiro e os jovens já sabem disso’, diz especialista

Números da plataforma cryptobank Monnos mostram que jovens representam 67% dos investidores de criptomoedas

Embora ainda seja muito combatido por narrativas que se acirraram desde o final de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia e despertou a possibilidade do uso de criptoativos como artifício favorável a oligarcas russos para burlarem sanções econômicas, apesar de já terem arrecadado mais de US$ 100 milhões em doações para os refugiados ucranianos, o mercado de criptomoedas parece ser um caminho sem volta aos olhos do público mais jovem, em especial. Foi o que revelou um levantamento da plataforma  cryptobank Monnos, que possui mais de 45 mil usuários. 

Os dados da empresa, abordados por uma publicação da Monnos,  revelou que 67% dos usuários da plataforma, distribuídos por 118 países, possuem entre 18 e 25 anos. Faixa etária que destoa do perfil dos investidores do mercado tradicional de acordo com um comparativo feito os investidores a B3. Isso porque, na bolsa brasileira, a maior fatia dos investidores está entre 26 e 35 anos, percentual que representa 33,4% do total. Os adultos entre 36 e 45 anos representam 28,2% dos investidores, enquanto os mais jovens, na faixa etária entre 16 e 25 anos, respontem por apenas 12% dos investidores. 

Para o fundador da plataforma,  Rodrigo Soeiro:

Estamos vivendo uma ruptura geracional e poucos percebem o que está por vir. A criptoeconomia é a próxima fronteira do mercado financeiro e os jovens já sabem disso, a maioria deles sequer olha para bolsa de valores.

Segundo ele, o interesse dos jovens pelas criptomoedas  vai além das possibilidades de altas rentabilidades (e de perdas), uma vez que os criptoativos também envolvem oferta de inovação, em especial nas áreas de games e tecnologia, temas com alto engajamento. 

Com o advento das fintechs o mercado financeiro se tornou mais digital e barreiras foram rompidas. Atualmente, tudo que envolve finanças está extremamente atrelado à tecnologia, e a criptoeconomia ainda mais. Neste ecossistema, o que antes era complexo, pouco transparente e entediante; se tornou fascinante, repleto de oportunidades e translúcido. Encantados por tudo que envolve esta comunidade, os jovens têm se tornado os maiores polinizadores deste movimento disruptivo que cresce exponencialmente dia após dia, explicou. 

Ao falar sobre a refração às criptomoedas, exemplificada por um episódio de uma jovem estudante de economia expulsa de uma aula de contabilidade ao  debater com o professor defendendo o Bitcoin, Rodrigo acrescentou que:  

Além do caso da jovem brasileira expulsa da sala de aula recentemente, houve outro relato de uma professora de ginásio na Inglaterra, preocupada com os jovens abaixo de 18 anos que só tem falado de tokens e cripto em sua sala de aula. Por um lado requer atenção dos pais, mas por outro, veremos jovens mais experientes vindo para o mercado financeiro e cientes do valor do dinheiro e suas possibilidades. Vejo tudo isso como uma grande contribuição, que sendo bem trabalhada pode gerar uma geração com maior saúde financeira.

Ele ainda destacou o papel dos tokens não fungíveis (NFTs) para o crescimento do mercado e argumentou que:

A criptoeconomia é uma revolução que começou no setor financeiro, mas começa a dragar novos setores, como entretenimento, games, moda, bebidas, entre outros. Quando algo atinge diferentes esferas simultaneamente, é natural que novos públicos surjam, para acompanhar esse movimento. Podemos dizer que a criptoeconomia só tende a crescer, afinal, a nova geração já está engajada.

Alavancado pelos jovens, outros dados sugerem que o mercado de criptomoedas está em franca expansão. No Brasil, por exemplo, o número de investidores deverá dobrar em 2022 de acordo um o  Relatório Blockchain – Latam 2022 encomendado pela Sherlock Communications, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

 

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