Real fraco ajuda Bitcoin a bater recorde de preço no Brasil e encostar nos R$ 70 mil
O preço do bitcoin no Brasil chegou a R$ R$ 69.840 na manhã desta quarta-feira (21), superando a máxima histórica de dezembro de 2017 de R$ 69.702, conforme o índice do Portal do Bitcoin. Em dólar, o ativo se aproxima de US$ 12.440 — longe do recorde de quase US$ 20.000.
Mas por que o bitcoin bateu recorde histórico em real e em dólar não? O real desvalorizou 37% em 2020 frente ao dólar americano, o que impulsionou ativos cotados em dólar, como o bitcoin.
Além disso, neste ano a cotação do bitcoin em dólar valorizou quase 60%. Somando isso a uma desvalorização brutal do Real, o preço do ativo no Brasil teve uma alta de 138%, levando a criptomoeda a superar a máxima histórica de 2017, quando o bitcoin era negociado a US$ 20 mil (a cotação do dólar na época era de R$ 3,30).
A valorização se dá por diversos motivos. Um dos mais importantes foi o anúncio de que gigante de pagamentos PayPal irá permitir que seus clientes comprem e vendam criptomoedas.
Para João Paulo Oliveira, criador da fintech de investimentos Nox Bitcoin, algo similar está acontecendo em todos os mercados indexados ao dólar, como carros importados e eletrônicos:
“O que confirma o papel do bitcoin como um ativo de proteção que, no futuro, cumpra o papel de reserva de valor”.
O movimento é reforçado pelo excesso de liquidez no mundo decorrente da impressão de dólares pelo banco central dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que há mais dinheiro em circulação, existe menos alternativas de alocação.
“Temos um cenários de renda fixa pagando juros negativos, de medo de deixar o dinheiro parado e ele ser corroído pela inflação. Então começa a fazer sentido apostar em bitcoin para quem não ainda estava nesse mercado”, diz Oliveira.
Capital aberto
Ao mesmo tempo, em Wall Street, algumas empresas estão colocando bitcoin em seus portfólios. O caso mais recente foi da primeira empresa listada da Nasdaq a fazer tal movimento. Em setembro, a Microstrategy fez duas grandes compras que somadas totalizam 55 mil bitcoins.
No início do mês foi a vez da Square, empresa do criador do Twitter, Jack Dorsey, investir no criptoativo. Foi feita uma compra que totalizou US$ 50 milhões, o que representa 1% dos ativos da empresa.
Para completar, um outro sinal são os fundos da gigante Grayscale — cujo valor total dos ativos administrados pela empresa atingiu US$ 6,5 bilhões pela primeira vez. O maior dos fundos da empresa de longe – Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) – atualmente excede US$ 5,4 bilhões. Trata-se do melhor trimestre da história da companhia.
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