Plataforma de tokenização comercializa cotas de aluguel de imóvel na Faria Lima com rendimentos estimados em 6% ao ano

Tokens terão valor unitário de US$ 140 e darão aos seus titulares o direito a receber os dividendos relativos aos aluguéis de um imóvel comercial localizado na região da Avenida Faria Lima, centro do mercado financeiro paulistano.

A plataforma de tokenização de imóveis Kodo Assets prepara-se para realizar em novembro a sua primeira oferta pública de tokens no Brasil em uma iniciativa para democratizar o acesso de investidores ao setor imobiliário, contribuir para o aumento da liquidez e reduzir as barreiras de acesso a esse mercado.

O valor total da oferta será de R$ 3,5 milhões e os tokens estarão atrelados a um imóvel comercial localizado na região da Avenida Faria Lima, centro financeiro da cidade de São Paulo, com uma área total de 1.144 metros quadrados. Atualmente, o espaço está locado à SulAmérica Seguros. Ao todo, seram comercializados 25 mil tokens ao valor unitário único de US$ 140.

Os investidores que se tornarem proprietários dos tokens terão o direito a receber os dividendos proporcionais à sua participação relativos aos aluguéis do imóvel, cuja rentabilidade é estimada em 6% ano ano mais 6% referentes à correção anual do contrato de locação pelo IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), já deduzidos os devidos descontos.

O montante arrecadado será repassado à Kodo como dividendos. Como emissora dos tokens, a empresa será responsável pela distribuição dos rendimentos aos detentores dos tokens.

O repasse será feito através da stablecoin USD Coin (USDC), segundo maior criptoativo atrelado ao dólar em capitalização de mercado. Os fundos serão enviados às carteiras digitais onde os tokens do imóvel estarão armazenadas.

Embora trate-se de uma nova modalidade de investimento, a operação é muito semelhante à exposição a um fundo imobiliário, como explicou Ciro Imamura, CEO da Kodo Assets em comunicado divulgado à imprensa:

“O titular do token Kodo terá direito a receber os dividendos dos aluguéis relativos a essa propriedade, na proporção de sua participação nos tokens versus o total de tokens emitidos pelo projeto e uma eventual venda do imobiliário subjacente, o que pode gerar um ganho de capital interessante.”

A primeira oferta pública da Kodo será restrita a investidores estrangeiros em função das leis brasileiras que regem investimentos em valores mobiliários. Como o token se caracteriza como tal, os ativos serão emitidos e comercializados sob a legislação das Bahamas.

A tokenizacao de imóveis viabiliza a divisão de um empreendimento em frações que podem ser vendidos por um preço inicial relativamente baixo. Em tese, é uma forma de democratizar o acesso e aumentar a liquidez do mercado imobiliário – um nicho de investimentos de baixo risco comparado às ações e às criptomoedas.

Além disso, há uma diminuição nos custos relacionados, pois a tecnologia blockchain e os contratos inteligentes tornam o processo mais ágil e eficiente, destacou o CEO da Kodo Assets:

“Estamos falando de acesso global a mercados que, até então, eram locais, limitados pela localização física dos imóveis ou disponíveis apenas para investidores qualificados. Nesse sentido, a digitalização de imóveis pode democratizar o acesso a esse tipo de investimentos, pois eles passam a ser disponibilizados a públicos no mundo inteiro. Acreditamos que a tokenização de ativos pode ser fundamental para revolucionar esse mercado em todo o mundo.”

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, os imóveis tokenizados responderão por US$ 40 trilhões do mercado imobiliário em um período de 10 anos, segundo Andreas Blazoudakis, CEO da Netspaces.

A empresa tem se destacado como uma das pioneiras neste novo modelo de negócios. Em do ano passado, a Netspaces viabilizou que uma idosa de 82 anos adquirisse 20% de um imóvel localizado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em um caso que obteve repercussão nacional.

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