Real está barato e começando a se recuperar, diz ex-Goldman Sachs e FMI
Ex-Goldman Sachs e FMI projeta valorização do real e diz que moeda brasileira está muito barata enquanto presidente do BC sugere que pior já passou
O desempenho do real pode ter um caminho de alta pela frente. Segundo um economista que já foi estrategista do banco Goldman Sachs e economista do Fundo Monetário Internacional (FMI), a moeda brasileira está começando a se recuperar.
O real não vem conseguindo refletir os bons ânimos do mercado nas últimas semanas. Enquanto o Ibovespa sobe e ronda os 110 mil pontos, o dólar não cai na mesma proporção.
O dólar fechou em queda na última quarta-feira (25) para R$ 5,32. Na tarde de quinta-feira (26), a divisa americana é negociada a R$ 5,31. A desvalorização da moeda brasileira, inclusive, faz brasileiros buscarem alternativas de proteção em moeda estrangeira.
No entanto, para Robin Brooks, ex-Goldman Sachs e FMI, o cenário pode estar próximo de mudar. Na última quarta-feira, o economista disse que o real é a moeda mais subvalorizada do mundo. Segundo ele, o ativo está se recuperando.
O real brasileiro é a moeda de mercado emergente mais desvalorizada em nosso modelo de valor justo, com 20% de desvalorização. O real começa a se recuperar lentamente, impulsionado pelo superávit em conta corrente (lhs, black) e uma recuperação gradual dos fluxos de carteira externa (rhs).
Banco Central diz que real “parou de enfraquecer”
Brooks não está sozinho na avaliação positiva sobre o real. Nesta quinta-feira (26) , o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse em entrevista que o real parou de enfraquecer. Para o chefe do BC, o efeito do câmbio sobre a inflação deverá ser suavizado.
A declaração vem na esteira de um novo levantamento do Bacen entre agentes de mercado. Para cerca de 100 economistas ouvidos na semana passada, a inflação no Brasil deve seguir aumentando.
As previsões para o IPCA e o IGP-M, por exemplo, já fazem operadores projetarem alta da Selic antes do esperado. Até o momento, entretanto, o Copom não deu sinais de que poderá voltar a aumentar a taxa básica de juros.
Campos Neto, no entanto, mira nas projeções da inflação de mais longo prazo. Para ele, os levantamentos do BC que mostram alta na inflação não assustam. Os números, portanto, indicariam certa estabilidade de preços segundo as expectativas de mercado.
Não é apenas o Banco Central que acha que as expectativas de inflação de longo prazo não estão aumentando. O mercado também não pensa assim. É importante apontar isso.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
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