Real Digital enfrentará ‘prova de fogo’ de segurança de dados em transações entre participantes do Lift Challenge
Ideia do BC é testar a infraestrutura básica da CBDC brasileira em um ambiente de interação entre diversos protocolos independentes de casos de uso.
Selecionados em novembro de 2021 como uma edição especial do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift) do Banco Central do Brasil (BC), iniciativa que tem como foco avaliar os possíveis casos de uso do Real Digital, que é a moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês), os nove projetos do Lift Challenge, encerrado na última sexta-feira (3) e que terão seus relatórios divulgados no Lift Day, no dia 25 de abril, deverão participar de um teste piloto da CBDC destinado a avaliar o nível de vazamento de informações do Real Digital a partir de transações entre protocolos independentes.
Foi o que revelou o diretor responsável pela coordenação dos trabalhos envolvendo o Real Digital, Fabio Araujo, de acordo com o que publicou a coluna E-Investidor, do jornal O Estado de São Paulo. Segundo ele, a blockchain permissionária será utilizada na liquidação de um ativo ainda a ser definido, com objetivo de os reguladores avaliarem como as transações vão se comportar no ambiente de registro, o que inclui a interação entre a CBDC e as stablecoins emitidas por bancos e fintechs.
Fabio Araujo informou que, em um primeiro momento, os depósitos tokenizados vão funcionar dentro de um sistema fechado do BC. Isso porque o piloto representa uma espécie segunda fase do Lift Challenge, de interação entre os protocolos independentes. O que deve envolver alguns participantes do mercado, convidados a fazerem negociações a fim de ajudar a instituição avaliar se o nível de vazamento de informações condiz com os requerimentos regulatórios.
Em relação à governança do sistema, Araujo informou que ela provavelmente será exercida conjuntamente entre o BC e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Já a abertura do sistema deverá começar em 2024, quando outros protocolos deverão ingressar no ambiente de testes. Isso porque, segundo Fabio Araujo, o objetivo do Banco Central é conciliar os benefícios da blockcchain com a segurança preconizada pelo mercado financeiro “para montar um contrato completo que atenda o cidadão.”
Em setembro do ano passado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, revelou os testes de casos de uso do Real Digital já haviam sido iniciados, inclusive a interação com as finanças descentralizadas (DeFi), conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
LEIA MAIS: