Psiquiatra alerta os 7 sinais para saber se você é viciado em Bitcoin e precisa de tratamento

‘O mercado de criptomoedas tem todos os elementos necessários para uma pessoa desenvolver uma dependência. A possibilidade de enriquecimento rápido promove fortes emoções e ativa a circuitaria cerebral ligada a reforço positivo. Para as pessoas vulneráveis pode ser um grande risco’, explica o psiquiatra

Promessa de enriquecimento rápido, negociações em toda a parte do mundo, 24 horas por dia e 7 dias por semana; um sistema monetário que movimenta milhões ‘sem regras’ ou que não pode ser controlado pelos governo, alta volatilidade que faz ativos subiram até 50% em segundos, alavancagem, mercados futuros, opções…

Algumas destas características podem fazer do mercado de criptoativos um ‘jogo frenético e viciante’.

Segundo o psiquiatra e diretor técnico da Clínica Revitalis, Sergio Rocha, o mercado de criptomoedas pode inclusive levar os traders e até os investidores comuns a um estado de quase hipnose, ao passarem dias e noites analisando ação de preço e padrões de gráficos de diversas criptomoedas a fim de ganhar cada vez mais.

Falando de aspectos de saúde mental, o trader pode desenvolver um transtorno patológico de compulsão ou dependência. Associações Médicas e estudiosos tem buscado separar estes “vícios” em químicos e não químicos. Entenda-se por não químico aqueles que estão associados a meios tecnológicos, games, jogos de azar ou compras.

“O mercado de criptomoedas tem todos os elementos necessários para uma pessoa desenvolver uma dependência. A possibilidade de enriquecimento rápido promove fortes emoções e ativa a circuitaria cerebral ligada a reforço positivo. Para as pessoas vulneráveis pode ser um grande risco”, explica o psiquiatra.

Ainda de acordo com o especialista, dadas as devidas proporções, a negociação de criptomoedas pode ser comparada ao ciclo de apostas de jogadores em cassinos.

A diferença é que no mercado de ações e criptomoedas isso fica disfarçado sob um manto de negociação profissional. Mas os sintomas e perdas são absolutamente semelhantes a qualquer dependente de outras substâncias ou comportamentos.

Viciado em Bitcoin

Nesse cenário, hospitais ao redor do mundo e profissionais da saúde perceberem um aumento de internações para tratar da obsessão pelo mercado de criptomoedas.

O Dr. Sérgio Rocha alerta que pessoas dependentes de jogos de azar são as que mais tentam o suicídio se comparadas a qualquer outra dependência ou compulsão. A maioria absoluta das pessoas que enveredam nesse mundo acumula enormes perdas e dívidas, o que gera um sentimento de impotência e vergonha, além da derrocada financeira.

Ele destaca que observando mais de perto a obsessão pelo mercado de criptomoedas, percebe-se que ela pode ser o resultado de uma soma da ludopatia (entendida como um tipo de transtorno psicológico caracterizado pelo vício em jogos de azar) e Nomofobia (acrônimo surgido na Inglaterra a partir da expressão “no-mobile”) e que hoje se refere ao medo de ficar sem computador ou internet.

Estudo divulgado pela Digital Turbine, mostra que 20% dos brasileiros não ficam mais de 30 minutos longe do celular. Outra pesquisa diz que o Brasil ocupa o 4º lugar do ranking de pessoas viciadas em celular.

Segundo Rocha, em muito pouco tempo desenvolvemos uma enorme interação e relação de dependência com novas tecnologias para nos mantermos atualizados e socialmente ativos, migrando em massa para esse ambiente, ficando viciados em likes e visualizações.

“O efeito de estímulos ligados ao prazer, do reforço positivo resultado de reconhecimento social virtual também promove liberação de neurotransmissores e ativação de redes neurais específicas. Uma vez ativadas elas ajudaram a reforçar o desejo de interagir com o estímulo cada vez mais”, afirma.

7 sinais para saber se você é viciado em Bitcoin e precisa de tratamento

Ainda segundo o especialista, vale lembrar que um dos fatores que ajuda a aumentar o número de usuários de qualquer objeto ou substância é a facilidade de acesso a mesma.

“A universalização dos jogos por meio da internet com certeza contribuiu para o aumento do número de pessoas adictas em jogos, assim como também aumentou a gravidade dos que já tinham a doença desenvolvida”, disse.

Abaixo o psiquiatra aponta os sinais que podem indicar o desenvolvimento da obsessão pelo mercado de criptomoedas e indica que as pessoas, ao identificarem estes sinais em si, devem procurar tratamento.

1.    Estreitamento de repertório pessoal;
2.    Necessidade cada vez maior de interagir com o estímulo de escolha em detrimento de claras perdas em outras áreas da vida.
3.    Troca de atividades, pessoas e crenças que antes eram muito valorizadas, pelo objeto da compulsão em questão;
4.    Sensação de distanciamento de amigos e familiares;
5.    Perda de concentração em atividades não relacionados à obsessão;
6.    Aumento progressivo de investimentos em criptomoedas;
7.    Súbitos pedidos de empréstimos ou apoio financeiro. 

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