Pressionada por CVM e por clientes, Atlas Quantum contrata assessoria e quer provar posse de 15.300 BTC
Após ser suspensa pela CVM e atraso nos saques, empresa tenta comprovar sua saúde financeira e tranquilizar 32.000 clientes que geraram enxurrada de reclamações
Depois de ser suspensa pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e aumentar o prazo para retiradas de fundos da plataforma, a Atlas Quantum decidiu contratar uma auditoria para comprovar seus esforços e tranquilizar seus clientes. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (23).
Em comunicado, a empresa diz ter contratado a auditoria da Grant Thornton com objetivo de confirmar a posse de mais de 15.000 BTC, que pertencem aos usuários da plataforma, e também para provar à CVM a legalidade da operação da companhia.
No último dia 13, como mostrou o Cointelegraph, a CVM chamou a publicidade da empresa de “oferta irregular de contrato coletivo” e determinou a suspensão do serviço.
Após a autuação da CVM, a Atlas declarou que deixaria de veicular suas campanhas publicitárias em cumprimento das recomendações, mas não deixaria de operar.
Desesperados, muitos dos 32.000 clientes da empresa correram para retirar seus Bitcoins da plataforma. A Atlas, então, aumentou o prazo para retiradas, de um dia útil para quatro dias úteis.
A medida gerou medo e muitas reclamações: tanto no site Reclame Aqui quanto na página da Atlas no Facebook, as críticas e queixas se multiplicaram.
As preocupações dos clientes vêm no embalo dos problemas com o Grupo Bitcoin Banco, que impede a retirada de fundos dos seus clientes há cerca de três meses.
CEO da Atlas Quantum, Rodrigo Marques garante que a situação de sua empresa é completamente diferente. Em e-mail enviado aos clientes, ele garante a saúde financeira da empresa e diz que a consultoria comprova essa informação.
“Somos agora a única empresa do setor a contar com uma auditoria internacional independente. Esperamos com isso trazer mais transparência e segurança para o mercado de criptoativos”, diz o texto.
Segundo Rodrigo, a Grant Thornton terá como função confirmar, entre outras coisas, a posse dos 15,3 mil Bitcoins da Atlas – algo em torno de R$ 620 milhões na cotação atual -, além de US$ 450 milhões em stablecoins lastreadas no dólar americano.
A auditoria tratará também as informações relativas a cadastros e aos esforços da Atlas na direção da prevenção de crimes de lavagem de dinheiro. As auditorias serão trimestrais segundo Rodrigo Marques.
Procurada, a Grant Thornton afirma que foi realmente contratada pela Atlas, mas que ainda não existe laudo sobre a companhia. Em um primeiro momento, a auditoria será divulgada de forma privada e, então, será apresentada uma versão pública.
A Atlas, por sua vez, diz que vai disponibilizar visitas à sede da empresa para quem quiser ver o relatório pessoalmente.
A empresa anunciou ainda, como já tinha mostrado o Cointelegraph, a promessade pagar 25% a mais nos rendimentos dos usuários com saques atrasados na plataforma.