Presidente do Banco Central do Brasil debate criptomoedas em reunião com mega investidores americanos

Criptomoedas é tema de reunião entre presidente do Banco Central do Brasil e grupo de investidores americanos que investem em startups no Brasil

O Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participou nesta segunda (11) de uma evento sobre criptomoedas promovido por um dos maiores fundos de investidores anjos do mundo o Valor Capital.

Durante o encontro além de criptomoedas os participantes podem ter debatido também as possibilidades de emissão, por parte dos bancos centrais, de uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC).

A reunião foi fechada para a imprensa.

O Valor Capital, fundo de venture capital, foi fundado pelo ex-embaixador no Brasil Clifford Sobel e seu filho Scott, em 2014 e foi um dos investidores iniciais da Stone.

Com 55 startups no portfólio e US$ 500 milhões de ativos sob gestão, o Valor Capital é um fundo cross border, que investe tanto em startups no Brasil como globalmente.

CBDC no Brasil

Segundo as previsões de Campos Neto o Brasil pode ter uma moeda digital própria, emitida pelo Banco Central, já em 2022.

O projeto de emissão de um CBDC no Brasil já vem sendo debatido pelo BC e deve ser implementado como parte do Pix.

“O projeto de um CBDC para o Brasil combina com várias iniciativas, uma é de aperfeiçoamento do câmbio, outra é do Pix, para ter a experiência de pagamentos instantâneos e de criação de novos modelos de negócios. O Open Banking vai poder usar toda a informação do cliente na busca do desenvolvimento de novos produtos financeiros e custos mais baratos, ou seja, o cliente vai usar a informação para o seu benefício e nessa esteira de inovação nós já iniciamos o estudo para emissão de uma moeda digital”, declarou no ano passado.

Citando experiências de CBDC em outras nações, Campos Neto também já declarou que a intenção de um CBDC no Brasil é substituir o uso do dinheiro físico, com um todo.

“É uma moeda digital só para pagamentos de câmbio? Não. É uma moeda digital que entendemos que vai se estender e vai substituir a moeda física aos poucos”, disse.

Campos Neto também declarou que isto não significa que um CBDC vá substituir o Real 100% de uma só vez. Apesar disso, a idéia é digitalizar o Real:

“Nos estamos avançando no caminho de ter uma moeda digital , de ter um processo mais digital ,isso não significa que vai substituir a moeda física 100% nesse momento, isso não significa que existe um intuito de fazer de uma forma diferente , só para câmbio ou só para um produto. Não. O intuito é ter uma moeda digital como um todo. É ter o Real digitalizado”, disse.

Pix e CBDC podem diminuir a demanda por Bitcoin

Ainda segundo Campos Neto, Bitcoin e as criptomoedas mostraram que o mundo, cada vez mais conectado e digital, precisava de um novo instrumento de pagamento, “que fosse rápida, barata , transparente, segura e aberta.”

Assim, partindo deste ponto, é que o Pix foi desenvolvido, para atender a esta nova demanda da economia digital.

“Nós olhamos o que estava acontecendo no mundo e vimos essa demanda por criptomoedas, moedas digitais, stablecoins, a gente entendeu o que as pessoas queriam. Por que as pessoas estavam fazendo negócios com bitcoin? É que elas demandam uma forma de pagamento que fosse rápida, barata , transparente, segura e aberta”.

Portanto, para Campos Neto, como o Pix é um sistema que tem as mesmas características que impulsionaram a adoção dos criptoativos a demanda dos brasileiros por este tipo de ativo diminuirá.

“Ai pensamos, e se no mundo inteiro tivesse uma maneira que fosse barata, instantânea, transparente e aberta? As pessoas teriam demanda por algum outro tipo de moeda eletrônica? A resposta é provavelmente não. Você consegue substituir um produto pelo outro. A ideia do Pix foi justamente para suprir essa necessidade.”, completou.

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