Time da segunda divisão de Portugal tokenizar vendas de jogadores com fan token e chegar à Binance

Primeiro time português a lançar um fan token próprio, o Estrela da Amadora agora quer oferecer participação de 10% nas vendas de jogadores do clube aos portadores do seu criptoativo oficial e negociá-lo na Binance.

O pequeno clube português Estrela da Amadora pediu autorização à FIFA, autoridade máxima do futebol mundial, para oferecer uma participação de 10% sobre a venda de jogadores do seu elenco para detentores do fan token oficial da agremiação, informou uma reportagem do Jornal de Negócios.

O time que disputa a segunda divisão local foi o primeiro de Portugal a lançar um fan token próprio: o $CFEA. Agora, o objetivo do clube é tê-lo negociado na Binance, ao lado das moedas de gigantes do futebol europeu como Barcelona, Juventus e Paris Saint-Germain. Para isso, o presidente do clube, André Geraldes, acredita que a autorização da FIFA para a inédita recompensa sobre a venda de jogadores será fundamental.

“Quisemos ser pioneiros em Portugal, exportando este modelo que já existe entre os maiores clubes da Europa. Acreditamos que o futuro passa por aqui, associando as criptomoedas ao mundo gigante do futebol. É um casamento que dará muitos frutos”.

Os fan tokens são uma modalidade de token de utilidade que proporciona aos seus detentores uma viviência mais direta no dia a dia dos clubes através da participação em promoções e eventos exclusivos, além do eventual benefício de lucrar financeiramente caso a criptomoeda se valorize.

Uma participação direta sobre os direitos de jogadores é algo inédito no futebol mundial, apesar de que, no Brasil, o Vasco da Gama e a exchange Mercado Bitcoin ofereçam aos detentores do fan token do clube carioca uma participação de 1,63% sobre as receitas geradas por transações que se enquadrem no Mecanismo de Solidariedade da FIFA.

O dispositivo previsto no Regulamento de Transferências da entidade foi instituído no inicio dos anos 2000 com o objetivo de incentivar os clubes a formarem atletas, concedendo-lhes até 5% do valor total de cada transferência internacional subsequente. O montante é dividido proporcionalmente entre todos os clubes pelos quais o jogador passou antes de completar 23 anos.

O clube português, no entanto, pretende oferecer uma participação maior e ao mesmo tempo mais direta. Todos os jogadores cujos direitos pertencem ao Estrela da Amadora poderão render dividendos aos portadores do fan token, conforme explicou o gerente do projeto, Paulo Lopo, ao Jornal de Negócios:

“Mais do que uma jogada de marketing, acredito que este é o futuro da digitalização do esporte. Por um lado, garante liquidez aos clubes, que é uma das maiores dificuldades das equipes profissionais; e por outro, recompensa os fãs que compram os ‘fans tokens’ por duas vias: podem ganhar com o sucesso financeiro do clube e podem ganhar com a valorização da moeda.”

Os valores obtidos com a oferta inicial do $CFEA não foram nada desprezíveis. Ainda mais por se tratar de um clube que disputa a segunda divisão e foi fundado em 2020 a partir da fusão de duas equipes de pouca expressão do futebol português.

Vendidos O $CFEA a um preço unitário de 0,00065 dólares, o Estrela da Amadora arrecadou 325 mil dólares com a venda de metade do estoque disponibilizado na oferta inicial. Pode não ter sido um sucesso absoluto, mas abriu um caminho sem volta para o casamento entre o futebol e as criptomoedas em Portugal.

Depois que o Estrela da Amadora deu o passo inicial, a seleção portuguesa e o tradicional Sporting anunciaram o lançamento de seus próprios fan tokens. Enquanto o clube lisboeta escolheu a empresa turca Bitci para emissão e comercialização do seus tokens, a Federação Portuguesa de Futebol optou pela Socios.com.

Líder do setor, a Socios.com tem entre os seus parceiros os já citados Barcelona, Juventus, Paris Saint-Germain e agora está investindo fortemente no futebol brasileiro, tendo fechado contratos com Flamengo, Corinthians e Atlético Mineiro.

Já o fan token do Estrela da Amadora foi lançado pela Betsplayer, uma empresa portuguesa fundada pelo mesmo Paulo Lopo que encabeça a concepção e execução do projeto.

Assim como a Socios.com tem a Chiliz e a Bitci tem o Bitcicoin, a Betsplayer também tem seu próprio token, o BPL, que nem sequer figura na lista de mais de 8.000 criptoativos da CoinMarketCap. Por enquanto, é negociado em apenas quatro exchanges, de acordo com a reportagem.

Seguindo o modelo criado pela Socios.com, somente através do BPL os interessados podem adquirir os fan tokens no momento da oferta inicial. Somente depois eles passam a ser negociados no mercado secundário a preço de mercado.

 Tentando posicionar-se em um mercado altamente competitivo, Lopo disse estar tentando abrir espaço no futebol brasileiro. A Betsplayer negocia uma parceria com a Chapecoense para lançamento do fan token da equipe catarinense

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