Policial pediu propina em criptomoeda para colaborar com fuga de líder da Telexfree

Em 2015, um policial tirou o nome de um investigado do Sistema Nacional de Procurados e Impedidos, plataforma da Polícia Federal que reúne a lista de pessoas que não têm autorização de deixar o país.

Em troca, teria pedido propina de R$ 150 mil, parte da qual pode ter sido paga com criptomoedas.

O beneficiado pelo ato do agente – segundo informou o MPF (Ministério Público Federal) ao jornal A Gazeta – foi Sanderley Rodrigues Vasconcelos, um dos antigos líderes da Telexfree, pirâmide financeira que prejudicou cerca de 1 milhão de pessoas.

Naquele ano, Vasconcelos saiu do país pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, mesmo com seu nome registrado na lista de pessoas impedidas de deixar o solo brasileiro.

Ele foi para os Estados Unidos, onde cumpriu prisão domiciliar.

Operação da Polícia Federal prende envolvidos

Nessa terça-feira (18), a PF deflagrou a Operação Ousadia, com objetivo de investigar o agora ex-policial e outros suspeitos de alterar o sistema de informação.

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva em Brasília (DF), Florianópolis (SC), Santana de Parnaíba (SP) e São Paulo (SP).

De acordo com a PF, além das prisões e das buscas, a Justiça também determinou o bloqueio de R$ 1.4 milhão dos envolvidos e a apreensão de 5,75 bitcoins.

Os suspeitos estão sendo investigados pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e inserção de dados falsos no sistema.

Em nota, a corporação informou que “não tolera desvios” e “não teme cortar na própria carne”.

Telexfree deve R$ 2 bi a 1 milhão de pessoas

A Telexfree, fundada pelos empresários Carlos Costa e Carlos Wanzeler, começou a atuar no Brasil em 2012. O carro-chefe do negócio era a venda de pacotes de telefonia via internet (VoIP).

Em 2015, a Justiça do Brasil, o Ministério Público Federal e outros órgãos governamentais apontaram que a empresa seria uma pirâmide financeira.

A estimativa é que o esquema ponzi tenha lesado 1 milhão de pessoas no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países. O prejuízo financeiro das vítimas pode passar dos R$ 2 bilhões.

Apesar dos problemas com a Justiça, Carlos Costa, como noticiou o Livecoins no início deste mês, está de volta ao mercado com uma nova empresa de “marketing multinível”.

Saiba mais em Policial pediu propina em criptomoeda para colaborar com fuga de líder da Telexfree

Você pode gostar...