PIB dos EUA desfavorece o Bitcoin enquanto baleias acumulam rival do Ethereum e previsões catastróficas alimentam o FUD

Dólar americano reage e dados de crescimento econômico reforçam projeções de arrocho do Fed em 2023.

O aquecimento da atividade econômica, quase sempre, anda de mãos dadas com a inflação e os investidores sabem disso. Tanto que, na última quinta-feira (22), o índice DXY, que mede o dólar americano em relação a uma cesta de moedas consideradas fortes, voltou a reagir após sofrer um baque no início da semana, quando o Banco do Japão (BoJ) decidiu ajustar a variação de sua taxa de juros de longo prazo, dos títulos de 10 anos, comunicado que favoreceu a valorização do iene frente ao dólar e derrubou a Bolsa de Tóquio, na ocasião. 

A reação do dólar intimidou uma eventual reação do Bitcoin (BTC), que se encontrava estável em US$ 16,8 mil na manhã desta sexta-feira (23), quando o mercado de criptomoedas movimentava US$ 813 bilhões (+0,3%). A lateralização do BTC e do mercado cripto em geral aconteceu na esteira do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e da renda bruta dos EUA no terceiro trimestre, dados que reforçaram o recado do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, em responder com novos aumentos na taxa de juros em 2023. 

Caso a promessa do Fed se confirme, a arrocho monetário deve favorecer a alta do dólar no próximo ano e, por outro lado, pressionar os investimentos de risco, aos quais os investidores associam as criptomoedas.

De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, o PIB anualizado acumulou uma alta de 3,2% no terceiro trimestre, percentual superior à estimativa de 2,9%. Em dólares correntes, o ganho foi de 7,7%, dos quais US$ 475,5 bilhões foram no terceiro trimestre. Em relação à renda, a economia avançou 0,8%, sendo que a média entre o PIB e a Renda Nacional Bruta foi de 2% entre julho e setembro.

A maioria das principais altcoins por capitalização de mercado, com exceção das stablecoins, avançavam em percentuais de até 1%, o que não era o caso do DOGE, trocado de mãos por US$ 0,077 (+5,1%), do ADA, avaliado em US$ 0,25 (+2,7%), e do MATIC, transacionado a US$ 0,80 (+1,3%). Outros tokens de projetos considerados robustos também avançavam, entre eles o NEAR, trocado de mãos por US$ 1,35 (+3,3%), o RUNE, avaliado em US$ 1,40 (+2,7%), e o QNT, nivelado em US$ 106,12 (+2,4%).

No caso das altas de dois dígitos, que se apresentavam em menor quantidade, o SYN valia US$ 0,56 (+31%), o LSK representava US$ 0,84 (+14%), o MASK estava precificado em US$ 2,42 (+10%), o SOLO respondia por US$ 0,18 (+12,7%), o PRO estava cotado a US$ 0,45 (+15,7%) e o MTL se equiparava a US$ 0,75 (+12,4%).

Possivelmente de olho em oportunidades no longo prazo, as baleias acumularam US$ 83 milhões de ADA, token da blockchain multicamadas Cardano, desde a falência da exchange de criptomoedas FTX, no início de novembro, de acordo com a plataforma de análise on-chain Santiment.

Por outro lado, com os dados macroeconômicos desanimadores somados às mazelas internas do ecossistema cripto, é possível perceber que o FUD (medo, incerteza e dúvida) continua alto. Prova disso é que o popular analista de criptomoedas Capo mantinha, em suas publicações no Twitter, publicou recentemente previsões catastróficas para as altcoins, com quedas de 55% em média, podendo chegar a 90% em relação às shitcoins (altcoins de mer**), segundo ele.

Entre os fatores que pareciam prender o Bitcoin também estavam a extradição do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, o SBF, para os EUA e um novo surto de Covid-19 na China, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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