Pagamentos via Real Digital e outras CBDCs deverão crescer 213.000% em sete anos, indica pesquisa

Estudo realizado pela Juniper Research estima que o volume anual alcançará US$ 213 bilhões em 2030.

Transações via moedas digitais emitidas por bancos centrais, CBDCs na sigla em inglês, ultrapassarão US$ 213 bilhões globalmente até 2030. Esse volume representará um crescimento de cerca de 213.000% em relação aos US$ 100 milhões referentes a 2023. Os números fazem parte de um levantamento divulgado no último dia 13 pela casa de análise especializada em fintechs e pagamentos Juniper Research, sediada no Reino Unido.

Segundo a Juniper Research, o impulsionamento das CBDCs, que atualmente se encontram limitadas ao desenvolvimento de projetos-pilotos, como é o caso do Real Digital, acontecerá pelo esforço dos governos para aumentar a inclusão financeira e o controle sobre os pagamentos digitais. 

O documento apontou que as CBDCs melhorarão o acesso a pagamentos digitais, principalmente no caso de economias emergentes, como o Brasil. Isso porque, nesses países, a penetração da internet móvel é maior que a bancária.

Até 2030, 92% dos 213 bilhões estimados anualmente via CBDCs serão transacionados em pagamentos domésticos, ou seja, internamente. O que reflete a mudança de norte de quase 100% dos projetos-pilotos em execução, de acordo com o relatório. Os pagamentos transfronteiriços chegarão mais tarde, “à medida que os sistemas se estabelecem e links são feitos entre CBDCs usados ​ por países individuais”, acrescentou a Juniper.

“Embora os pagamentos internacionais atualmente tenham custos altos e velocidades de transação lentas, essa área não é o foco do desenvolvimento da CBDC. Como a adoção da CBDC será muito específica para cada país, caberá às redes de pagamento transfronteiriças vincular os esquemas; permitindo que o setor de pagamentos mais amplo se beneficie dos CBDCs”, explicou o autor do documento, Nick Maynard.

O estudo também apontou para a carência de desenvolvimento de produtos comerciais voltados para as CBDCs como um fator limitante para o mercado atual. Segundo a Juniper, faltam plataformas com interface para as CBDCs em desenvolvimento. O que levou a empresa de consultoria a recomendar que as instituições financeiras desenvolvam plataformas CBDCs completas, de ponta a ponta, “incluindo recursos de atacado, provisão de carteira e aceitação comercial, a fim de permitir a realização do potencial dos CBDCs.”

No Brasil, a Febraban anunciou a criação de um grupo de trabalho para contribuir com o projeto-piloto do Real Digital, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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