‘Não é pirâmide financeira’: pastor Silas Malafaia defende Central Gospel que oferece lucro por rede de indicações
Com a oferta bônus por indicações de revendedores, líderes do negócio podem ganhar mais de R$ 100.000
Em uma live divulgada no Youtube recentemente, o pastor Silas Malafaia aparece oferecendo os negócios da empresa Editora Central Gospel. Com a oferta de lucro a partir da formação de uma rede de revendedores indicados, o pastor diz que aquilo não é uma “pirâmide financeira”.
Assim, de acordo com a editora o pastor é presidente e CEO do negócio, que atua com a oferta de lucro com a revenda de produtos religiosos como livros. Em um dos casos, o lucro por indicação pode resultar em quase R$ 100.000 oferecidos pelo programa.
No entanto, a atividade de oferta de lucro mediante indicações é considerado uma característica de negócios que atuam como pirâmides financeiras, conforme diz a CVM.
Além disso, durante a live de divulgação do negócio para associados através do Youtube, um usuário questionou a atuação do programa como sendo uma pirâmide financeira.
Editora Central Gospel
Com vinte anos de fundação, a Editora Central Gospel oferece um programa de revendedores que são transformados em líderes de redes de indicados. Quanto mais revendedores são indicados, maior é o lucro oferecido pelo programa da editora do pastor Silas Malafaia.
Assim, o sistema permite que uma rede de revendedores seja formada com características similares a negócios que atuam como pirâmide financeira no mercado, onde líderes indicam novas pessoas e recebem uma porcentagem em todas as vendas do indicado.
Na demonstração do “Bônus de recompra”, o líder pode alcançar até R$ 93.790 apenas com indicações de milhares de pessoas para o programa, chamado Central Gospel de Negócios.
O apresentador do programa da Central Gospel de Negócios afirma que nenhum dinheiro é enviado para a empresa, o lucro é garantido apenas com indicações e revendas de produtos religiosos.
“Jamais. Você vai pegar em produtos, você vai vender esses produtos e você vai ter o lucro de até 40%. Mas, aqui você pode construir um grande negócio.”
Segundo divulgação, seria necessário a indicação de 15.625 pessoas com vendas mensais entre R$ 200 a R$ 300 em produtos religiosos para alcançar quase R$ 100.000 em lucro com a plataforma.
Ou seja, no que é chamado de níveis pelo programa de indicação de líderes, o Central Gospel de Negócios pode oferecer lucro através de pontuações no sistema de revendedores indicados.
“No primeiro nível você convida cinco amigos, e esse cinco amigos têm que fazer 150 pontos para estarem ativos no negócio. Você ganha 12% de comissionamento para o seu primeiro nível.”
Pastor Silas Malafaia
O pastor Silas Malafaia aparece em uma live sobre a Central Gospel de Negócios parabenizando líderes que conquistaram o título de “diamante”. Durante a live, o religioso diz que o negócio pode atingir até 90 milhões de brasileiros.
Desse modo, o pastor defende o negócio de revendedores, dizendo que não é uma “pirâmide financeira” em depoimento. Silas Malafaia ainda reforça que a empresa decidiu fazer “marketing de relacionamento”, ao afirmar o tipo de negócio da empresa.
“Queria informar que isso aqui não é pirâmide (financeira). Queria informar que existe uma legislação no país, para este tipo de empresa.”
Durante a live do pastor Silas Malafaia, um dos revendedores pergunta se o negócio não seria considerado uma pirâmide financeira. Porém, uma líder da Central Gospel de Negócios responde ao comentário e afirma que o negócio é “uma empresa séria”.
“Irmão, não é pirâmide, a Central Gospel é uma empresa séria com mais de vinte anos no mercado.”
Por outro lado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acredita que pirâmides financeiras são negócios que atuam com uma rede de indicados, que pode se tornar insustentável.
“A adesão de novos membros expande a base da pirâmide, mas essa expansão é insustentável e, inevitavelmente, não será suficiente para pagar todos os compromissos. Atrasos nos pagamentos levarão ao desmoronamento do esquema, gerando prejuízos especialmente para os novos aderentes, que por terem ingressado mais recentemente, não terão tempo para recuperar o que foi “investido.”
Em contrapartida, até o fechamento desta matéria a Editora Central Gospel e o pastor Silas Malafaia não responderam sobre a atuação da empresa como sendo uma suposta pirâmide financeira.
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