Operação Halving: PF realiza operação de busca e apreensão em endereços ligados à Braiscompany
Empresa teria movimentado R$ 1,5 bilhão em quatro anos, mesmo tempo da divisão do número de recompensas geradas por bloco de Bitcoin.
A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quinta-feira (16) oito mandados de busca e apreensão na sede da empresa de investimentos em criptomoedas Braiscompany, em Campina Grande (PB), e outros endereços ligados à plataforma, em João Pessoa, capital paraibana, e São Paulo. A ação foi batizada de Operação Halving, termo alusivo à redução pela metade das recompensas geradas por blocos minerados de Bitcoin (BTC) a cada quatro anos aproximadamente, mesmo tempo em que a empresa idealizada pelo casal Antônio Neto e Fabrícia Ais teria movimentado cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, segundo a PF.
No começo do mês, o Ministério Público da Paraíba (MP-PB) informou que abriu um procedimento investigativo no final de janeiro para apurar as acusações de atrasos e suspensão de pagamentos aos clientes da Braiscompany, o que teria se iniciado em dezembro, já que a empresa prometia lucros entre 8% e 10% mensais sobre os aportes em criptomoedas. Na ocasião, Antônio Neto disse em uma live que gerenciava R$ 600 milhões pertencentes a 10 mil pessoas.
Segundo a Braiscompany, os primeiros atrasos teriam sido ocasionados por questões técnicas ligadas ao aplicativo da empresa, o que teria sido sucedido por restrições de saques da carteira da Braiscompany junto à exchange de criptomoedas Binance, que, em nota ao jornal Paraíba Já, informou que “[…] reitera que não realiza quaisquer ações em contas que não sejam devidamente embasadas nos termos e condições, contratos e políticas vigentes e aceitos por todos os usuários […]”. Mas, segundo a advogada Larssa Gatto, que representa 22 clientes, a carteira da Braiscompany na Binance ficou zerada após R$ 30 milhões em Bitcoins terem sido sacados em 35 dias.
Em dezembro de 2020, o site da Braiscompany chegou a sair do ar após uma denúncia da Record News de que as operações da empresa eram de uma pirâmide financeira. No ano seguinte, a plataforma foi alvo de um alerta da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBINA) pelo uso indevido da marca da associação, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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