Operador de suposto esquema de R$ 2 bilhões em Bitcoin estaria escondido no Brasil

CEO de empresa acusada de opera pirâmide financeira e dever R$ 2 bilhões em Bitcoin teria vindo ao Brasil em meio às investigações.

O Brasil pode estar sendo usado como refúgio para o fundador da Mirror Trading International (MTI), empresa com sede na África do Sul acusada de operar um esquema fraudulento com Bitcoin. O CEO, Johann Steynberg, está sumido há cerca de cinco dias e, segundo nota oficial da companhia, ele estaria no Brasil.

A Mirror Trading International (MTI) entrou em operação em 2019 oferecendo supostos bots de trade de criptomoedas. A empresa alegava fazer trades automatizados na plataforma de forex FXChoice e prometia lucros exorbitantes de até 10% ao mês sobre o valor depositado. Estima-se que o negócio tenha captado 17.000 BTC, avaliados em mais de R$ 2 bilhões, de cerca de 280.000 clientes.

Bloqueio de saques e Bitcoin perdido

Há cerca de quatro meses, entretanto, a companhia bloqueou saques e alega ter tido problemas técnicos. Desde então, reguladores dos EUA emitiram uma ordem proibindo a atuação da empresa no país. A suspeita é de que os pagamentos a investidores tenham sido feitos, até então, apenas com o Bitcoin vindo de novos clientes. A atuação do negócio, portanto, configuraria pirâmide financeira.

Em outubro de 2020, a Financial Sector Conduct Authority (FSCA), órgão sul-africano similar à CVM, conduziu investigações sobre o negócio e chegou à conclusão de que a companhia havia perdido cerca de 80% dos fundos em Bitcoin dos clientes. Além disso, não há indícios de que os robôs sequer existiram. O caso se assemelha a alguns conhecidos que captaram milhões de reais no Brasil, como Atlas Quantum, Genbit, Unick e Midas Trend.

Fundador de esquema viajou para São Paulo

Em comunicado à mídia sul-africana, a Mirror Trading International alega que seu fundador pegou um avião em Doha em foi para o São Paulo. A nota veio após pelo menos cinco dias de sumiço do executivo. Pouco antes, os reguladores da África do Sul haviam aberto um processo contra a empresa, acusada de operar um negócio financeiro irregular e quebrar diversas leis do país.

Ainda não se sabe o motivo da viagem do acusado ao Brasil. A MTI não divulga se há brasileiros entre os investidores do negócio de Bitcoin. Segundo representantes da empresa, o CEO tinha passagem de volta comprada para a última terça-feira (22), mas ainda não se sabe se ele realmente regressou à África do Sul.

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