Open Banking começará no Brasil em 30 de novembro, anuncia Banco Central destacando digitalização da economia

Banco Central do Brasil anuncia oficialmente data para lançamento do sistema de Open Banking que será em 30 de novembro

O Banco Central do Brasil anunciou em 04 de maio as datas para implementação do Open Banking no país, sistema que permitirá a fintechs, acessarem dados bancários de clientes, entre outras funções. O lançamento do Open Banking, aliado ao Pix, podem significar uma mudança significativa no relacionamento e integração entre Bitcoin e criptomoedas e o sistema financeiro tradicional e, segundo o BC, o Open Banking será oficialmente lançado em 30 de novembro.

Segundo o Banco Central do Brasil, o Open Banking será implementada de forma faseada, iniciando em 30 de novembro de 2020 e concluindo em outubro de 2021, com base nas seguintes fases:

Fase I: acesso ao público a dados de instituições participantes do Open Banking sobre canais de atendimento e produtos e serviços relacionados com contas de depósito à vista ou de poupança, contas de pagamento ou operações de crédito;

Fase II: compartilhamento entre instituições participantes de informações de cadastro de clientes e de representantes, bem como de dados de transações dos clientes acerca dos produtos e serviços relacionados na Fase I;

Fase III: compartilhamento do serviço de iniciação de transação de pagamento entre instituições participantes, bem como do do serviço de encaminhamento de proposta de operação crédito entre instituição financeiras e correspondentes no País eventualmente contratados para essa finalidade; e

Fase IV: expansão do escopo de dados para abranger, entre outros, operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar aberta, tanto no que diz aos dados acessíveis ao público quanto aos dados de transações compartilhados entre instituições participantes.

O anúncio foi realizado pelos diretores de Regulação, Otávio Damaso, e de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, João Manoel Pinho de Mello. Durante a apresentação, feita virtualmente, os diretores do BC também destacaram que a regulamentação do Open Banking cria um ambiente propício para o surgimento de novas soluções de serviços inclusivos, competitivos, seguros e customizados ao perfil de clientes.

“É um passo importante no processo de digitalização do sistema financeiro, promovendo melhor e maior acesso das famílias e empresas aos serviços e produtos financeiros e representa uma das principais ações da agenda BC#”, disse o Banco Central.

Segundo o BC, a nova regulamentação permite, desde que haja prévio consentimento do cliente, o compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas, por instituições financeiras, instituições de pagamento e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central.

“O Open Banking visa permitir a integração de serviços financeiros às diferentes jornadas digitais dos clientes e reduzir a assimetria de informações entre os prestadores de serviços financeiros, favorecendo assim o surgimento de novos modelos de negócios e de novas formas de relacionamento entre instituições e entre estas e seus clientes e parceiros. Nesse contexto, são exemplos de novos serviços que podem ser ofertados: comparadores de produtos e serviços financeiros, de serviços de aconselhamento financeiro, de gestão financeira e de iniciação de transação de pagamento em um ambiente mais familiar e conveniente para os consumidores”

As premissas do modelo de Open Banking que será implantado no País são de que o cliente pessoa natural ou jurídica é titular dos seus dados pessoais e de que a sua experiência no processo de solicitação de compartilhamento deverá se dar de forma ágil, segura, precisa e conveniente, por meio de canais eletrônicos das instituições.

A partir dessas premissas, os atos normativos aprovados trazem regras a respeito do escopo de dados e serviços abrangidos, das instituições participantes, do consentimento do cliente e de autenticação, da convenção a ser celebrada entre as instituições participantes para definir os padrões técnicos e procedimentos operacionais para implementação do Open Banking. Além disso, dispõe sobre a responsabilidade das instituições, inclusive no que diz respeito à disponibilidade e à performance das interfaces e ao atendimento de demandas de clientes e ao suporte às demais participantes.

O sistema de Open Banking, que o Banco Central do Brasil colocará em igualdade bancos e fintechs declarou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello.

“O ‘open banking’ é uma iniciativa, inclusive no caso do Reino Unido, de fomento à competição. Nós, do BC, temos procurado esclarecer que o importante é estimular a concorrência, que traz melhores produtos, a custo mais baixo para o cliente. A concorrência pode acontecer com concentração alta ou baixa. A competição é o que importa”, declarou.

Ainda segundo Pinho de Mello o Banco Central deseja que o Open Banking aumente a concorrência no mercado financeiro, oferecendo um acesso ‘igualitário’ ao sistema financeiro para empresas que apostam na inovação.

Rocelo Lopes, CEO da Stratum Blockchain Tech, é um dos principais entusiastas do Open Banking entre os empresários de Bitcoin e criptmoedas e destacou que o sistema pode ser uma oportunidade única que pode significar uma ‘revolução’ para a adoção do Bitcoin no Brasil.

Além do Open Banking, em novembro o Banco Central também pretende implementar o PIX, sistema de pagamentos instantâneos, que, entre outros, pode ser responsável por acabar com as operações de TED e DOC no país.

Além disso, o PIX também é parte da estratégia do BC para a digitalização da economia, tanto que o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, declarou que o PIX é uma resposta do Bacen ao desenvolvimento da economia digital assim como são o Bitcoincriptomoedas e moedas digitais,

Eu acho que é um dos projetos mais importantes que nós temos esse ano. O PIX veio, na verdade, de uma necessidade, de uma demanda que as pessoas têm em geral, e tem sido bastante discutido entre os bancos centrais. O mundo demanda um instrumento de pagamento que seja ao mesmo tempo barato, rápido, transparente e seguro. Se nós pensarmos o que tem acontecido em termos de criação de moeda digital, criptomoedas, ativos criptografados, eles vêm da necessidade de ter esse instrumento, com essas características, barato, rápido, transparente e seguro” destacou Campos Neto.

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