Fim das quedas: investidores institucionais depositam US$ 199 milhões em fundos de criptomoedas
Após nove semanas consecutivas de saques, institucionais voltam a aportar em fundos com exposição a criptoativos e registram maior fluxo de capital em um ano
Entre os dias 19 de 25 de junho, investidores institucionais alocaram US$ 199 milhões em fundos com exposição a criptoativos, apontam dados da CoinShares. Este é o maior fluxo de capital em um ano, e os aportes marcam o fim de nove semanas consecutivas de saques. No Brasil, investidores institucionais alocaram US$ 8,5 milhões em fundos cripto na última semana.
FOMO institucional?
Entre 17 de abril e 18 de junho, fundos com exposição a ativos digitais perderam US$ 423 milhões em ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês). Durante o período, a CoinShares justificou que a saída de capital destes instrumentos de investimento foi um movimento de realização de lucros por parte dos institucionais.
Com a entrada de US$ 199 milhões na última semana, quase metade do montante perdido em AUM nas últimas nove semanas foi recuperado. Os aportes massivos, aponta a CoinShares, podem estar relacionados às recentes notícias de grandes gestoras buscando aprovação de um ETF de Bitcoin nos Estados Unidos, como a BlackRock.
Ao todo, os fundos cripto listados no relatório da CoinShares somam US$ 37 bilhões em ativos sob gestão. A empresa destaca que esse é o maior nível de AUM desde o colapso da Three Arrows Capital, em junho de 2022.
Os fundos com exposição à valorização do Bitcoin (BTC) receberam a maior quantidade de aportes, totalizando US$ 187,6 milhões. Além disso, investidores institucionais retiraram US$ 4,9 milhões de instrumentos apostando na queda do BTC. Os fundos cripto com exposição a diversos ativos cresceram US$ 8,1 milhões em AUM, enquanto os fundos acompanhando o preço do Ethereum (ETH) somaram US$ 7,8 milhões em aportes.
Fluxo de capital em fundos de criptomoedas por ativo de exposição. Imagem: CoinShares
Brasil acompanha movimentação
No Brasil, investidores institucionais acrescentaram US$ 8,5 milhões em fundos de criptomoedas. A quantia foi maior que o fluxo positivo de US$ 1,8 milhão visto na Suíça, e as retiradas de US$ 900 mil registradas na Suécia. Mesmo com os aportes, o Brasil perdeu US$ 16 milhões em ativos sob gestão de fundos cripto em 2023.
A região que liderou os aportes na última semana foi a Alemanha, com US$ 85,5 milhões injetados em fundos cripto. Investidores alemães foram os mais agressivos nas retiradas de capital de fundos durante as últimas nove semanas de queda, movimento que zerou o AUM no acumulado de 2023.
Fluxo de capital em fundos de criptomoedas por país. Imagem: CoinShares
Os Estados Unidos ficaram na segunda posição, com US$ 58,9 milhões alocados em fundos ligados a ativos digitais. O país lidera o crescimento de AUM neste ano, com crescimento de US$ 206 milhões.
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