Nem Bitcoin, nem ações: Traders lucram até R$ 20 mil com trader de milhas aéreas, mercado não têm regulamentação
Sem regulamentação, mercado de milhagens aéreas têm impulsionado lucro para ‘traders’ de milhagens
O ‘trade’ de milhas aéresas, uma inusitada atividade, têm possibilitado a diversos traders do Brasil conseguirem até R$ 20 mil por negociação, segundo reportagem do portal Infomoney, publicada em 24 de agosto.
De acordo com a reportagem, diversas pessoas no Brasil estão de olho no mercado de milhagens de companhias aéreas e, operando neste mercado, têm conseguindo aferir lucros que em determinadas operações chegam a 95%. Pessoas, como Ricardo Olito, chegam até a viver apenas desta atividade.
“Eu era gerente de marketing, fui morar fora e quando voltei tentei abrir uma empresa, mas não tive sucesso. Foi quando me deparei com o mercado de milhas. Comecei aos poucos e hoje vivo disso (…) As pessoas acham que eu vivo de férias porque viajo muito, mas não é tão fácil quanto pensam”, relatou.
Olito, assim como os demais traders ouvidos pela reportagem, fica de olho nas plataformas que negociam milhagens aéreas e também nas promoções. Quando identifica que há uma oferta interessante, faz a compra e aguarda até que seja o momento de vender, diretamente para pessoas ou por meio de plataformas.
“Eu vendo tanto nos maiores sites de vendas de milhas quanto no particular para amigos. As vendas particulares são mais rentáveis, mas mais trabalhosas e com mais riscos. Você basicamente assume todo o trabalho e os riscos de uma agência de viagem”, conta outro trader que disse já ter obtido um lucro de R$ 20 mil em uma operação.
No entanto, apesar dos lucros, os traders de milhagens aéreas garantem qua a atividade não é fácil e demanda tempo tanto de estudo quanto para aferir lucro. Além disso, dizem eles, é preciso muita disciplina para entender o momento certo e também não se ‘perder’ com os lucros e os custos das operações.
“Quem não tem tempo e dedicação para estudar e acompanhar diariamente o mercado e não tem fôlego para ficar meses com o dinheiro imobilizado não deve investir nesse mercado, porque fatalmente será pressionado a vender em um momento ruim e acabará amargando prejuízos”, alega o trader.
No entanto, as companhias areas já estão de olho na atividade e buscando ‘dificultar’ o mercado limitando a quantidade de emissões anuais e dificultando os resgates. Além disso, os principais programas de fidelidade também limitaram a emissão de passagens via milhas para no máximo 25 CPFs por ano por pessoa.
O mercado de milhas areas não têm regulamentação no Brasil. O Projeto 2303/2015, de autoria do Deputado Federal Aureo Ribeiro, que busca estabelecer regras para o Bitcoin e as criptomoedas no Brasil também pretende estabelecer nomas para o setor de milhas. Atualmente o projeto aguarda o parecer da relatoria do projeto.
Como reportou o Cointelegraph, Ribeiro, requeriu a realização de uma Audiência Pública junto à Comissão Especial que visa debater as moedas virtuais, convocando exchanges de criptomoedas, representantes do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor) para debater a segurança contra hackers no mercado cripto do Brasil.
O Cointelegraph teve acesso ao requerimento, que convoca nominalmente o CEO da Foxbit, João Canhada, o CEO da Mercado Bitcoin, Marcos Alves, o sócio-fundador da Braziliex, Marcelo Rozgrin, o gerente de produto blockchain do Serpro, Marco Tulio da Silva Lima e o delegado-chefe da Delecor, Daniel Mostadeiro Cola.
Na justificativa para a convocação, o deputado do Solidariedade do Rio de Janeiro relembra uma série de hacks em exchanges ao redor do mundo, entre elas o mais famoso, da Mt. GOX, que em 2014 perdeu nada menos que 850.000 Bitcoins, indo à falência. Além do caso da Mt. GOX, ele cita os hacks da Bitfinex e da blockchain Ethereum, em 2016, e da Binance, no início de 2019.