NFTs desbancam o Bitcoin e viram proteção econômica para investidores do mercado de criptomoedas

Números sugerem que NFTs estão se ‘desacoplando’ das demais criptomoedas em razão de possível diferenciação de perfil de investidores e compradores

Dados da plataforma de monitoramento de tokens não fungíveis (NFTs) CryptoSlam divulgados por uma publicação do site Forkast News na última segunda-feira (21) revelaram que desde o início de janeiro deste ano o número de compradores únicos de NFTs, 770 mil neste período, subiu quase 2500% em relação aos 30 mil registrados em janeiro de 2021. Aumento que coincide com a queda nos demais segmentos de criptomoedas e que retrata um “desmembramento” dos NFTs  no mercado de criptoativos, segundo avaliação de analistas.

Para se ter uma ideia do que isso representa, dois dos principais marketplaces de NFT, LooksRare e OpenSea, registraram vendas recordes em janeiro que somadas chegaram a US$ 12 bilhões, mês em que o mercado de criptomoedas voltou a registrar retração, quase 25%, caindo para aproximadamente US$ 1,6 trilhão no volume total e que foi arrastado por liquidações massivas da principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), que na tarde desta terça-feira (22) era negociado em torno de US$ 37,7 mil segundo o mapeamento do CoinMarketCap.

De acordo com a publicação, um analista de Wall Street avaliou que o típico trader de NFT está fora do mundo das altas finanças, já que ele frisou a entrada de altos investidores no mercado de criptomoedas em razão do potencial da tecnologia blockchain. Esta “separação”, segundo ele, sugere que os NFTs estão funcionando como um hedge (estratégia de proteção) improvável contra os segmentos mais amplos de criptomoedas. 

As pessoas que estão comprando NFTs estão interessadas em cultura e arte, as pessoas que estão comprando criptomoedas estão interessadas apenas em um investimento ou em um ativo de risco, explicou o diretor da CryptoSlam,  Yohan Calpu.

O diretor administrativo australiano da exchange de criptomoedas Kraken, Jonathon Miller, avaliou que os “NFTs têm seus próprios drivers e estamos vendo isso acontecer nos primeiros meses de 2022”, o que, no caso, diz respeito à infraestrutura exclusiva de serviços ofertados por projetos de NFTs. 

Outra razão para a relativa estabilidade dos NFTs seria o fato de que, em geral, suas cotações são ditadas por leilões, que ocorrem com menor frequência ou só podem ser modificados a partir de alterações na blockchain que sustenta a listagem. O que não acontece com os preços das criptomoedas, de forma geral, cujos preços são voláteis, porque refletem o fluxo do mercado. 

A percepção de valor agregado dos NFTs também deixaria eventuais flutuações de mercado em segundo plano. Foi o que argumentou a curadora da Grey Gallery em Manila, Patricia Dy, ao Forkast:

O valor das moedas realmente não me intimida, é mais o preço do próprio NFT.  Acho que quando todo mundo está no mercado de NFT, você começa a não ver preços, mas sim investimentos.

Entre os colecionáveis que ajudaram a insuflar os números dos NFTs em 2022 estão os Azukis (AZUKI), que haviam movimentado US$ 354 milhões até o último dia 16 de fevereiro, ocasião em que o mapeamento do OpenSea demonstrava um volume de negociações superior ao Bored Ape Yacht Club e ao CryptoPunks, por parte dos NFTs animes em estilo ‘skatistas’, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

 

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