NFT da coleção de David Bowie é vendido por US$ 127 mil e aponta nova tendência do mercado

Venda do NFT criado por FEWOCiOUS por um alto valor em meio à baixa do mercado mostra que colecionáveis de personalidades falecidas eternizadas em tokens não fungíveis são uma tendência em ascensão.

Apesar do severo declínio do mercado de tokens não fungíveis ao longo de 2022, na última segunda-feira, 3, o NFT criado pelo jovem artista digital FEWOCiOUS para a coleção exclusiva do espólio do cantor David Bowie lançada em parceria com o marketplace OpenSea foi vendido por 96,5 ETH (aproximadamente US$ 127.000).

Intitulado “Bowie by FEWOCiOUS“, o NFT apresenta uma peça audiovisual animada de 12 segundos em que uma escultura física de 2 metros de altura ostenta um dos ternos do arquivo oficial do cantor em um cenário fantástico, cuja estética remete à obra do jovem artista transgênero de 19 anos.

“Acho muito legal que ele sempre foi o que queria ser. E criou o mundo em que ele queria viver. Esse é realmente o sentimento que tento capturar na minha arte”, resume FEWOCiOUS em uma breve descrição da obra de sua autoria no OpenSea.

Lançada em 30 de setembro, a coleção chancelada pelos herdeiros de Bowie apresenta 15 peças criadas por nove artistas emergentes da cena de NFTs em homenagem ao legado do cantor britânico, falecido em janeiro de 2016.

Em um comunicado conjunto, os representantes do cantor e o OpenSea declararam que “Bowie on the Blockchain”, como é intitulada a coleção, “vai levar adiante o legado de Bowie de remodelar a natureza das performances musicais, apoiar as comunidades digitais e de ser um entusiasta das novas tecnologias ao longo de sua carreira.”

Vendido por um valor bem mais baixo – 7,5 ETH (aproximadamente US$ 9.750) –, o NFT “It Became A Myth Land” é uma criação do artista digital Defaced. A obra apresenta um relógio de 12 horas que percorre seis momentos diferentes da vida e da carreira de Bowie. O NFT inclui um item físico adicional – um porta-retratos digital Atomic Form no qual a obra fica em exposição.

As receitas obtidas com a venda dos NFTs de “Bowie on the Blockchain” serão destinadas à organização humanitária CARE, que tem a viúva de Bowie, a ex-modelo Iman, como defensora global.

Memórias guardadas na blockchain

O sucesso da coleção dedicada ao legado de David Bowie é reveladora de uma nova tendência que vem ganhando força no mercado de NFTs recentemente.

Em julho, o espólio do rapper norte-americano Biggie Smalls lançou uma coleção de 3.000 NFTs em parceria com o marketplace focado em música OneOf. Intitulada “Sky’s the Limit”, trata-se de uma coleção de fotos de perfil (PFP) geradas por arte generativa. Aos detentores dos NFTs é concedido ainda os direitos sobre a licença de uma faixa póstuma inédita do rapper.

De acordo com o espólio do rapper, a coleção foi idealizada para recompensar os fãs de Biggie Smalls com memórias únicas e exclusivas que sem os recursos da tecnologia blockchain seriam impensáveis.

Biggie Smalls não é o único artista cujo legado foi eternizado em tokens não fungíveis em uma iniciativa da OneOf. Em dezembro, o marketplace fechou um acordo com o espólio da cantora Whitney Houston para comercialização de uma faixa inédita em NFT pelo valor de US$ 1 milhão.

Já a plataforma LTD.Inc lançou uma coleção de fotografias do falecido fotógrafo Chi Modu. Os NFTs dão aos seus detentores direitos sobre impressões físicas e versões digitais de retratos de artistas como Mary J. Blige, Method Man e Nas.

O maior ícone da música pop dos EUA de todos os tempos também teve suas memórias digitalizadas através de tokens não fungíveis e da tecnologia blockchain. Em janeiro, a Elvis Presley Enterprises comercializou perucas e macacões estilizados do cantor em NFTs durante um evento realizado no metaverso Decentraland intitulado “Elvis-On-Chain”.

No Brasil, esta nova tendência ainda não ganhou tração. Apesar disso, a cantora Elza Soares foi imortalizada em um dos NFTs da coleção beneficiente “Impact Women Charity”, comissionada pela Doare, uma fintech brasileira especializada em captação de recursos para projetos e organizações filantrópicas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

LEIA MAIS

Você pode gostar...