Novo game gera polêmica com ‘metaverso’ em realidade virtual com criptomoeda e propriedades do mundo real à venda

Earth 2 promete lançar uma versão virtual do planeta Terra e imersão total dos jogadores na fase final do projeto, que já tem terrenos virtuais à venda através de criptomoeda nativa.

Um novo game em realidade virtual para PCs está causando polêmica ao oferecer um “planeta virtual” com milhares de propriedades inspiradas no mundo real à venda e uma criptomoeda nativa.

O jogo Earth 2 (“Terra 2”) apresenta-se como um “metaverso” entre a realidade virtual e a física, “com geolocalização do mundo real em um mapa correspondente para um ambiente virtual gerado digitalmente”. Todas as propriedades do jogo podem ser compradas e vendidas e “em um futuro próximo poderão ser customizadas”:

“Uma versão virtual em escala de 1:1 da Terra é inevitável e o Earth 2 é o começo desse futuro emocionante. A Fase 1 está no ar e representa o corpo global central, com objetivo de determinar a propriedade de ativos e propriedades digitais neste futurístico metaverso virtual da Terra”

O game foi desenvolvido com a tecnologia MapBox, que cria uma camada digital geograficamente vinculada de todo o planeta. Os desenvolvedores esperam que as propriedades virtuais vão se tornar mais valiosas com o tempo, da mesma forma que acontece com a vida real.

A Fase 1, que cresceu através das redes sociais, portanto só permite a compra das versões digitais do mundo real, que somam 5 trilhões de terrenos virtuais de 10 por 10 metros.

A Fase 2 do jogo vai permitir a “realização de obras” nos terrenos comprados, enquanto a terceira frase promete uma “realidade virtual plena”, com a imersão dos jogadores na Terra 2.

Os desenvolvedores prometem que na Fase 2, quando o jogo começará a ser implementado em 3D, o mundo virtual terá equivalentes reais ao mundo real, como o quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, e até prédios como o Empire State Building em Nova York, com o dono das propriedades podendo negociar itens e até cobrar aluguel virtual de outros jogadores.

A revista Veja fez uma matéria sobre o Earth 2 e comprou um terreno virtual no bairro da Liberdade, em São Paulo (SP), por R$ 15, por exemplo. 

Todas as compras são feitas na criptomoeda do Earth 2, a E$, que é atrelada ao dólar. Entre dezembro de 2020 e o começo de 2021, US$ 12 milhões de dólares já haviam sido gastos por cerca de 150.000 jogadores no Earth 2 para a compra de terrenos.

Apesar do sucesso inicial, há dúvidas sobre o real potencial do projeto, já que nenhum grande nome da indústria de games está vinculado ao projeto – e o desenvolvimento do mundo “paralelo” deve exigir muito trabalho. Além disso, não está clara como será a migração da atual base 2D para 3D. Antonio Sementille, professor de computação da Unesp, disse à Veja:

“A desconfiança é grande porque os criadores não fornecem informações suficientes sobre o projeto” 

Os usuários nas redes sociais e até na criptoesfera, porém, mostram animação com o futuro das propriedades e do projeto. Alguns compararam a criptomoeda nativa E$ com o Bitcoin, dizendo que ela seria “o próximo grande sucesso” do mundo digital. 

Os desenvolvedores dizem que se inspiraram em outro sucesso do gênero, o Second Life, que tornou-se muito popular no começo dos anos 2.000. Além disso, outra inspiração possível é a Terra 2 do universo de super-heróis da DC Comics, uma espécie de “irmã gêmea” da Terra com um “ecosssitema diferente mas compatível” com o planeta.

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