Montadoras de carros elétricos usam blockchain para evitar matérias primas envolvidas com violações de direitos humanos
A indústria automobilística de carros elétricos está usando a tecnologia blockchain para evitar que suas baterias de lítio estejam envolvidas em extração de cobalto que viola direitos humanos.
A indústria automobilística de carros elétricos está usando a tecnologia blockchain para evitar que suas baterias de lítio estejam envolvidas em extração de cobalto que viola direitos humanos. A notícia deste domingo é da versão brasileira do portal Reader’s Digest.
Segundo a matéria, a produção da frota global foi de 5,1 milhões de automóveis em 2018, segundo a Agência Internacional de Energia. A discussão sobre a adoção de carros elétricos entra em pauta há mais de uma década, mas as baterias de lítio apresentam problemas por ter elementos nocivos à natureza e outros fruto de força de trabalho com suspeitas de violação de direitos humanos.
Segundo a consultoria Roskill, 70% das baterias produzidas no mundo em 2018 foram para a indústria automotiva, com a China como principal mercado.
O Cobalto é o grande desafio das montadoras com relação à sustentabilidade. A República Democrática do Congo é a principal produtora, com 78% da produção global. Famosa pelos “diamantes de sangue”, a exploração de cobalto no Congo também foi chamada de “cobalto de sangue”, com desrespeito a direitos humanos e trabalho infantil.
Caspar Rawles, analista sênior da Benchmark Mineral Intelligence, fala da dificuldade de controlar a produção do minério:
“A questão é que é muito difícil de rastrear o cobalto ao longo da cadeia de fornecimento, então a indústria de baterias pode, inadvertidamente, estar comprando material proveniente desse tipo de mineração.”
Uma parceria entre as gigantes IBM, Ford, LG Chem e Huayou Cobalt e a auditoria RCS Global está fazendo um projeto-piloto para monitorar cada movimentação de cobalto na cadeia produtiva através da blockchain.
A rede certifica as condições de trabalho de quem minera, registrando no sistema o lote comercializado segundo suas características minerais únicas. Já no processo de refinaria, o lote é processado e sua entrada e venda são novamente registradas no sistema. Carlos Rischioto, líder técnico de blockchain da IBM Brasil, comenta a iniciativa:
“O piloto está em teste, a intenção é expandir para outros minérios e também para pequenas fornecedoras. As pequenas mineradoras, que operam legalmente, têm dificuldade de provar a segurança dos seus recursos e fechar contratos com grandes consumidores. A blockchain pode ajudá-las nisso.”
Como noticiou o Cointelegraph Brasil, IBM foi responsável pelo primeiro registro de certidão de nascimento em blockchain no Brasil.