Mercado Bitcoin cria serviço de custódia e mira investidor institucional
A corretora Mercado Bitcoin quer trazer para ecossistema brasileiro até o final de 2020 uma solução de custódia em um plano ambicioso focado em oferecer o serviço a clientes do mercado institucional.
Batizado de Bitrust, a solução tem como parceiro a empresa de segurança e criptografia Kryptus, que desenvolve o projeto liderado pelo especialista em tecnologia e ex-sócio do Banco Plural, Ronaldo Torturella,
“O projeto é de segregar a custódia da exchange”, disse o CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo, ao Portal do Bitcoin. “É uma construção que o mercado financeiro está acostumado a fazer”.
Nas próximas semanas devem ser anunciados dois novos membros: o primeiro será a contratação de uma auditoria Big Four para fazer a análise das wallets; o segundo, um grande banco que será a outra ponta do serviço de custódia.
Na analogia usada pelo executivo, ele lembra que há todo um encadeamento de segurança até que o produto financeiro chegue ao consumidor final: “Em termos práticos, é como se a gente estive num grande mercadão. Os trades são feitos nas barracas de vendas. Mas os produtos tem um mesmo fornecedor, que são distribuídos a partir de um grande galpão. A proposta é criar esse galpão”.
Serviço para os fundos brasileiros
O serviço ficará disponível para outras corretoras, mas terá como alvo clientes institucionais e fundos expostos a criptomoedas — um mercado que vem crescendo nos Estados Unidos e no Brasil, ainda que de maneira mais tímida neste último.
“Hoje os serviços de custódia estão todos no exterior. Fundos em criptomoedas captam aqui e guardam lá fora. Queremos até fazer essa provocação à CVM mostrando que podemos oferecer as mesmas soluções no Brasil, diz Rabelo.
Segundo Torturella, o projeto é de uma estrutura para ser o grande cofre de custódia do mercado. Por causa da entrada do parceiro do setor bancário, a iniciativa representa uma camada a mais de segurança dos ativos — geralmente a maior preocupação dos grandes investidores.
“É como se você pegasse uma nota de um milhão de dólares, rasgasse ela ao meio e colocasse metade em num cofre e a outra metade em outro cofre a mil quilômetros de distância, que ficará com o parceiro institucional”, disse Torturella.
Os custos do serviço vão seguir o padrão do mercado internacional: precificação sobre um valor anual sob custódia.
Sobre os prazos para o início da Bitrust, o Mercado Bitcoin afirma que ainda no terceiro trimestre a solução começará a ser usada dentro de casa. A oferta para clientes institucionais deve começar até o final de 2020.
Para o cliente da corretora, a mudança não será percebida no dia a dia das operações:
“Não terá nenhum impacto. O novo ‘layer’ é para um novo cliente, que vai fazer mais posicionamento do que trading”, afirmou Rabelo.
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