Mercado Bitcoin e Tropix lançam NFTs com destinação de até 95,5% dos ganhos para proteção de território indígena de Rondônia

Obras de artistas como Paula Klien, Denilson Baniwa, Moara Tupinambá, Walelasoepilemãn Suruí, Renata Tupinambá, Marcos Vinícius Rego Barbosa, Sallisa Rosa e Nelson Porto ajudarão o Projeto de Gestão e Vigilância Territorial do Povo Indígena Paiter Suruí

O Mercado Bitcoin, maior exchange de criptomoedas do Brasil, e a plataforma de criptoarte Tropix lançam nesta quarta-feira (26) o leilão de 12 obras de arte em formato de tokens não fungíveis (NFTs) “de impacto”, que prevê a destinação de até 95,5% dos valores arrecadados para o Projeto de Gestão e Vigilância Territorial do Povo Indígena Paiter Suruí de Rondônia.

Os lances podem ser dados até o próximo dia 15 de fevereiro e os valores mínimos variam entre R$ 100 e R$ 5 mil. Os NFTs incluem obras dos artistas Paula Klien, Denilson Baniwa, Moara Tupinambá, Walelasoepilemãn Suruí, Renata Tupinambá, Marcos Vinícius Rego Barbosa, Sallisa Rosa e Nelson Porto.

O projeto é uma iniciativa pioneira de governança territorial do povo Paiter Suruí com objetivo de proteger, de forma autônoma, a comunidade Sete de Setembro, que fica entre os estados de Rondônia e de Mato Grosso. A região é alvo de invasões, extração ilegal de madeira e desmatamento a fim de favorecer o agronegócio e as pastagens. 

A luta do Povo Paiter Suruí atraiu a atenção da comunidade internacional a partir da atuação de lideranças como o cacique Almir Suruí e Walelasoetxeige Suruí (Txai Suruí), a jovem indígena que discursou para mais de 120 líderes mundiais na abertura da 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) no final do ano passado, ocasião em que ela alertou os governantes para as mudanças climáticas na Amazônia

A meta do projeto é a conservação de uma área de 13 mil hectares que evitaria a emissão de 7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera até 2038. O trabalho é feito com a ajuda de 30 monitores que percorrem o território Paiter Suruí, com GPS e equipamentos fotográficos a fim de registrarem e alertarem as autoridades no caso de invasões e outras irregularidades. 

Este projeto com os parceiros Mercado Bitcoin e Tropix é muito importante para o povo Paiter Suruí e para a Associação Metareilá como associação implementadora porque vai ajudar a continuarmos protegendo e preservando nosso território, nossa cultura, e assim contribuir com o meio ambiente, sendo reconhecidos em nível nacional e internacional na sua importância para o equilíbrio climático, econômico. Usando instrumentos tecnológicos disponibilizados pelos nossos parceiros, podemos mostrar que esse tipo de solidariedade é muito importante para o fortalecimento de uma cultura e da autonomia de um povo, disse o Cacique Almir Suruí.

 

O CEO do Mercado Bitcoin Reinaldo Rabelo também se mostrou entusiasmado com a iniciativa ao argumentar que:

A blockchain vem revelando valor em aproximar pessoas a objetivos. Nesse sentido, nosso primeiro passo na oferta de NFTs em nossa plataforma está conectado a ESG (Environmental, Social and Governance). Criamos um ecossistema de atores engajados nesse propósito, facilitando o acesso dos apoiadores e permitindo que projetos como esse, da causa indígena, recebam o investimento que lhe é tão importante e urgente.

Quem também destacou a importância do projeto foi o fundador e CEO da Tropix Daniel Peres Chor, já que a iniciativa, além da preservação da cultura indígena, está relacionada à redução de emissão de poluentes na atmosfera. 

Desde a sua fundação, em 2013, o Mercado Bitcoin compensa sua emissão de poluentes por meio da compra de créditos de carbono, auditada e certificada pela Green Domus Desenvolvimento Sustentável. 

Estamos felizes em poder ajudar uma causa tão nobre. Entendemos que o NFT por um lado é tecnologia, pelo outro é comunidade. Nós compensamos a emissão de gases das ETFs com a compra de créditos de carbono, por isso, são consideradas carbono zero. E estamos, junto com o Mercado Bitcoin, buscando maneiras mais avançadas de compensar nosso impacto, justificou Daniel. 

A exchange de criptomoedas já encampou outras iniciativa relacionadas à redução de poluição. Em fevereiro do ano passado, por exemplo, o Mercado Bitcoin anunciou o primeiro projeto global de tokenização de crédito de carbono, ocasião em que a corretora registrou cerca de R$ 10 milhões negociados e enviados para projetos de preservação da Amazônia apenas nas primeiras horas após a listagem dos criptoativos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
 

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