Justiça liberta Sheik dos Bitcoins e enquadra Willian Bigode em processo envolvendo golpe com criptomoedas

Francisley ficará solto provisoriamente e terá que cumprir medidas restritivas enquanto Bigode, em outra decisão, foi incluído no processo junto com a empresa dele, WLJC.

Duas decisões de processos judiciais distintos movimentaram os tribunais na última semana em processos que envolvem supostos golpes envolvendo criptomoedas. Em uma delas, a Justiça Federal libertou provisoriamente Francisley Valdevino, o Sheik dos Bitcoins, acusado de movimentar cerca de R$ 4 bilhões em uma pirâmide financeira de criptomoedas. 
Na outra decisão, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) tornou o atacante do Athletico Paranaense, ex-Fluminense, Willian Bigode réu em um processo movido pelo meia Gustavo Scarpa, que busca um ressarcimento de R$ 6,3 milhões perdidos no ano passado na plataforma Xland, que prometia lucros mensais de até 5% e que teria sido indicada por Bigode. 
Em relação ao Sheik dos Bitcoins, que estava preso desde novembro e que foi indiciado em dezembro do ano passado pela Polícia Federal (PF) por organização criminosa e outros crimes que teriam causado um prejuízo de até R$ 1,15 bilhão, a decisão elencou uma série de medidas restritivas, como a permanência em Curitiba, comunicação à Justiça em caso de mudança de endereço e o impedimento de se ausentar de sua própria residência por mais de oito dias.
O dono da Rental Coins também deve se abster de quaisquer atividades profissionais relacionadas às criptomoedas, de frequentar as empresas do grupo financeiro investigado e de manter contato com outros investigados, testemunhas e vítimas. 
A decisão, comemorada pela defesa de Francisley, diz que: 
“Consigne-se, por oportuno, que a proibição de sair do país e a suspensão das atividades financeiras desempenhadas por Francisley, bem como a vedação de contato com os demais investigados participantes do esquema criminoso observam o postulado da proporcionalidade, na espécie, bem como atende à finalidade precípua apresentada na representação policial, de dificultar a atuação de Francisley no comando das empresas que compõe a organização, bem como a sua saída do território nacional.” 
No caso do processo movido por Scarpa, os advogados do ex-Palmeiras e atual Nottingham Forest, da Inglaterra, argumentaram que foi Willian Bigode quem indicou a Xland, através da empresa em que Bigode figura como um dos sócios, a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, que também se tornou ré, de acordo com a decisão do juiz Danilo de Castro, da 10ª Vara Cível de São Paulo. 
Além de Willian Bigode e da WLJC, tornaram-se réus Loisy Siqueira (esposa e sócia do jogador na WLJC) e Camila Fava (outra sócia de Bigode na WLJC). Segundo o magistrado, há uma relação de consumo entre Scarpa, WLJC e a Xland.
“É de se concluir que a empresa WLJC, inequivocadamente, integra a mesma cadeia de fornecimento. Ao que os elementos contidos nos autos indicam, através de seus sócios, a empresa requerida atuou como interlocutora entre o autor e as demais prestadoras de serviço, restando incontroverso que era responsável pela captação de clientes para a requerida Xland e com esta mantém ou mantinha verdadeira parceria comercial”, justificou o juiz. 
O suposto golpe também envolve sofrido pelo lateral-direito Mayke em um total de aproximadamente R$ 11 milhões em aportes na Xland, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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