Justiça bloqueia R$ 262 mil do criador do suposto esquema de pirâmide Rota 33
Vítimas da suposta pirâmide financeira ‘Projeto Rota 33’ continuam lutando na Justiça para que o dinheiro investido em fraude seja bloqueado.
O Tribunal de Justiça de São Paulo deferiu nesta segunda-feira (26) o pedido de uma vítima do suposto esquema de pirâmide ‘Rota 33’. A decisão determinada o bloqueio de R$ 262.500,00 de bens do acusado, o empresário Thiago Trancoso.
Na ocasião, a vítima fez um depósito direto na conta de Thiago, o criador do projeto Rota 33, uma suposta pirâmide financeira que fez inúmeras vítimas em dezembro do ano passado.
A vítima investiu R$ 26.250,00 no projeto, que prometia lucros através da arbitragem de criptomoedas.
Suposto esquema de pirâmide prometia 20% de rendimento mensal
O ‘Projeto Rota 33’ vendia a promessa de rendimento mensal de 20% do valor da cota adquirida. O acordo era que o dinheiro depositado ficaria retido para render por 24 meses.
Dessa forma, o participante deveria recuperar a quantia investida nos primeiro cinco meses. Nos 19 meses seguintes, receberia um lucro projetado de 380% do valor investido.
No final deste período, o sócio ostensivo ficaria com o valor inicialmente depositado e eventuais outros ganhos. O projeto Rota 33 ficou famoso e teve pessoas que investiram até R$ 3 milhões no suposto esquema fraudulento.
Justiça aceita pedido da vítima e bloqueia valor
A decisão da Justiça indica que a empresa não havia nenhuma autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Portanto não poderia atuar no mercado de criptomoedas.
O processo, no entanto, aponta que a vítima tinha ciência que era um investimento de alto risco financeiro. Por isso, deveria saber que um ganho tão expressivo de 20% ao mês é impossível.
Por outro lado, a decisão invalida o argumento do acusado. Na ocasião, o empreendedor indicou ter parado os pagamentos mensais aos investidores por suspeitas de lavagem de dinheiro. Assim como, as oscilações em valores de criptomoedas.
“A parte autora foi vítima de esquema onde acreditava efetivamente estar recebendo dividendos/lucro de um investimento em criptomoedas, ou de uma pirâmide financeira onde os participantes estão cientes que os seus lucros decorrem da entrada de novos participantes na aplicação financeira, questão a ser apurada no curso no processo.”
Como resultado, o projeto Rota 33 é acusado de falta de transparência com os investidores e indícios de desvio fraudulento de dinheiro.
O BeInCrypto já tinha noticiado que diversas vítimas do ‘Rota 33’ entraram na Justiça na tentativa de recuperar o dinheiro roubado. Porém, tiveram seus pedidos indeferidos porque o processo dizia já não haver mais dinheiro na conta da empresa para ser bloqueado.
Na nova decisão de hoje (26), entretanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo acatou o pedido da vítima. Foi autorizado realizou o bloqueio do valor de R$262.500,00 das contas diretas do criador do projeto, Thiago Trancoso.
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