Polícia Federal estuda uso de ferramenta para rastrear operações com criptomoedas

Polícia Federal estuda ferramentas de rastreamento de criptomoedas para combate à ação de hackers e crimes financeiros.

O 3o. Simpósio Internacional de Segurança, promovido pela Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, revelou que as autoridades brasileiras estudam o uso de uma ferramenta de rastreamento de criptomoedas para combater ação de criminosos e hackers.

Em um painel sobre crimes financeiros chamado “Rastreando Criptomoeda e resolvendo os desafios da investigação criminal com a inteligência digital”, o diretor da empresa blockchain Cellebrite, Eduardo Negreiros, apresentou uma solução que permite o rastreamento de moedas para identificar dados de endereços de Bitcoin.

Além da solução de rastreamento, a empresa também mostrou um aplicativo “tático”, que poderia acompanhar agentes de segurança no cumprimento de mandados de busca e apreensão.

Com o aplicativo, as apreensões de moedas digitais poderiam ser registradas já no momento das operações, com integração ao sistema de rastreamento de criptomoedas, fornecendo mais informações às autoridades sobre as movimentações das moedas e potencialmente possibilitando até o bloqueio dos fundos.

A solução apresentada pela Cellebrite não é a primeira a ser apresentada à PF com objetivo de rastrear transações criminosas usando criptomoedas. A própria PF já foi apresentada a outras soluções de rastreamento e já faz estudos para adotar ferramentas para combater ações de hackers e lavagem de dinheiro com moedas digitais.

Em matéria do UOL, o coordenador do núcleo de combate à lavagem de dinheiro do Instituto dos Profissionais de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (IPLD) Manuel Fletes, os criminosos apostam na falta de regulação e no anonimato para fazer os recursos criminosos “desaparecerem”.

Segundo ele, a falta de rastreamento é o principal problema das autoridades para a solução destes crimes financeiros:

“São países com fraquezas em seus controles e que não estão em conformidade com a PLD/FT [Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo]. E nessa vulnerabilidade é que o ocorrem as principais operações de lavagem de dinheiro.”

O Procurador da República Thiago Augusto Bueno, explicou que com a identificação do código das operações, é possível rastrear as moedas digitais usadas em crimes, mas nem sempre:

“Se você tiver o número do código da operação, dá para rastrear. O problema é que os lavadores de dinheiro, mediante o pagamento de uma taxa extra, se utilizam da Dark Web, conseguem criar várias camadas fictícias, com vários números, para dificultar o rastreamento do dinheiro”

Manuel Fletes ainda diz ainda que a IPLD trabalha com a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) para a criação de mecanismos de controle e prevenção. Segundo ele, iniciativas como esta devem facilitar as transações com criptomoedas no país e dificultar as ações criminosas, favorecendo o criptomercado:

“Ficará praticamente impossível aos lavadores de dinheiro, por exemplo, repatriar dinheiro oculto no exterior A fiscalização também dará confiança aos bancos e instituições financeiras para que utilizem cada vez mais o do sistema, que é ágil e de baixo custo.”

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