Injeção do Banco Central não garantirá empregos, diz Rodrigo Maia

A injeção de liquidez pelo Banco Central prevista pelo Orçamento de Guerra não deverá pedir contrapartida de manutenção de empregos. Para Rodrigo Maia, que combate a entrada da condição na Proposta de Emenda à Constituição (PEC), não é possível pedir essa garantia porque o dinheiro não irá para o caixa das empresas.

A questão se dá em meio à votação dos destaques da PEC na Câmara dos Deputados. O argumento de Maia tem a ver com o destino da injeção do BACEN. Segundo Maia, o dinheiro não será destinado a comprar novos títulos.

O que nós estamos autorizando aqui é a compra de título secundário, títulos que já estão no mercado. Não adianta a gente achar que quando o BC comprar um título de um setor no mercado secundário que ele vai estar beneficiando a empresa que emitiu esse título. Esse dinheiro a empresa já gastou, já investiu no passado, o que nós estamos tratando é de garantia e liquidez.

Segundo o presidente da Câmara, o BC, portanto, irá comprar apenas títulos de terceiros. Por isso, não haveria possibilidade de cobrar contrapartida para uma empresa que emitiu o papel antes. Por enquanto, não parece haver viabilidade a atuação do BACEN no mercado primário.

Banco Central não pode analisar crédito

A oposição defende a inclusão da contrapartida dos empregos na discussão sobre os destaques da PEC na Câmara. A ideia seria permitir atuação do BACEN também no mercado primário, comprando títulos diretamente de empresas. Para Maia, o BC não pode atuar dessa maneira porque não tem estrutura para realizar análise de crédito.

Esse debate foi feito no Senado. O BC não tem estrutura de análise de crédito, isso seria mais simples nesse momento que nós autorizássemos o BNDES, que em tese já tem essa autorização para compra de títulos primários, então.

Temor do mercado e alta do dólar

A medida inclusa na PEC do orçamento de guerra visa garantir liquidez a ativos já negociados no mercado. O receio é de que, em meio à crise, os preços despenquem a ponto de dar prejuízo aos investidores e gerarem um efeito manada. Daí a atuação do Banco Central nesse sentido. Atualmente, vale lembrar, já ocorre certo abandono da renda fixa.

No entanto, o que gera mais receio entre investidores ainda é o temor sobre a incorporação de perdas dos Estados durante a pandemia. O dólar operou em alta durante toda a segunda-feira (4), mas estabilizou após Maia prometer votar o texto em alterações. A moeda americana chegou a bater R$ 5,61, mas fechou em R$ 5,52.

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