Banir as criptomoedas ‘pode não ser eficaz no longo prazo’, diz FMI

Depois de propor um sistema de pagamentos baseado em CBDCs, o Fundo Monetário Internacional publicou um relatório sobre a regulamentação e o uso de moedas digitais na América Latina e no Caribe.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou seus apelos pela regulamentação das criptomoedas em determinados países, mas disse que uma proibição total dos ativos digitais pode não ser a melhor abordagem.

Em um relatório divulgado em 22 de junho sobre a América Latina e o Caribe, o FMI discrimina as abordagens adotadas pelos governos da região para lidar com a adoção de criptomoedas e as moedas digitais de banco central, ou CBDCs. O Bitcoin (BTC) é aceito como moeda legal em El Salvador desde setembro de 2021, enquanto as Bahamas foram o primeiro país a lançar sua própria CBDC, o Sand Dollar, em outubro de 2020.

O FMI disse que Brasil, Argentina, Colômbia e Equador – cujos governos têm políticas para regular as criptomoedas “em implementação” – estão entre os países mais avançados do mundo na adoção de ativos digitais por conta da inclusão de desbancarizados no sistema financeiro e da possibilidade de efetuar pagamentos mais rápidos e baratos, entre outros benefícios. Além disso, de acordo com o fundo, a maioria dos bancos centrais da região “tem ou está considerando a adoção de moedas digitais próprias”.

“Se bem projetadas, as CBDCs podem fortalecer a usabilidade, a resiliência e a eficiência dos sistemas de pagamento e aumentar a inclusão financeira [na América Latina e no Caribe]”, disse o FMI. “Embora alguns países tenham banido completamente os criptoativos devido aos seus riscos inerentes, essa abordagem pode não ser eficaz a longo prazo. Em vez disso, a região deve se concentrar em desenvolver alternativas às necessidades que geram demanda por criptomoedas na região, incluindo sistemas de pagamento digital a cidadãos não atendidos pelo sistema bancário e em aprimorar a transparência do sistema financeiro, registrando as transações de criptoativos nas estatísticas nacionais.”

O FMI costuma fazer declarações públicas em oposição aos países que adotam criptomoedas como moeda legal. Em 19 de junho, seu diretor do departamento de mercado monetário e de capitais, Tobias Adrian, propôs um sistema de pagamento que usa um livro-razão para registrar as transações de CBDCs – uma ideia que recebeu duras críticas de muitos membros da comunidade cripto.

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