Na volta a gente compra: investidores perderam valorização de 82% ao adiar compras de Bitcoin

Acumulado anual de valorização do Bitcoin já atinge 82,45%, e 93,1% desde o colapso da FTX, quando o criptoativo ficou abaixo dos US$ 16 mil

Um costume comum dos investidores de criptomoedas é deixar de comprar Bitcoin (BTC) com base em seus preços anteriores. O investidor que viu o BTC a US$ 3 mil no fim de 2018, por exemplo, pode se recusar a comprar o criptoativo a US$ 6 mil. Geralmente, esse tipo de pensamento custa caro. A valorização do Bitcoin já atinge 82,4% no acumulado anual.

Fontes compartilham com o Cointelegraph Brasil como aproveitar as movimentações explosivas de preço do Bitcoin, com o objetivo de evitar a perda de uma nova oportunidade.

Surpresas no caminho

É difícil prever as movimentações de preço no mercado de criptomoedas. Durante o colapso da FTX, em meados de novembro de 2022, o BTC saiu do nível de preço em US$ 21,282,99 e atingiu a cotação de US$ 15.742,44. Uma queda de 26%. 

Enquanto muitos analistas esperavam uma queda mais brusca, devido à gravidade envolvendo a queda da segunda maior exchange em volume negociado à época, o Bitcoin já buscava o retorno aos US$ 18 mil em dezembro do ano passado. Este é um exemplo dos momentos de incerteza sobre o preço do Bitcoin, onde não está claro se uma alta mais expressiva pode se concretizar, ou se uma queda brusca aguarda o criptoativo.

Em janeiro de 2023, a resposta foi dada, com o Bitcoin retomando os US$ 20 mil. Menos de dois meses depois, contudo, a crise de liquidez do Silicon Valley Bank (SVB) fez com que investidores se preocupassem com a saúde do USD Coin (USDC), que perdeu sua paridade com o dólar momentaneamente e impactou negativamente o preço do Bitcoin. 

Uma nova queda se abateu sobre a maior criptomoeda em valor de mercado no dia 10 de março. O BTC perdeu seus US$ 22.415,11 e sofreu uma queda até US$ 20.195,23. Um recuo de 10%. Mais uma vez, investidores aguardavam uma queda mais brusca, até que a autoridade asseguradora de depósitos bancários dos Estados Unidos adotou uma postura de resgate ao SVB. E o Bitcoin passou por uma nova valorização.

Um mês após o episódio do SVB, e o Bitcoin está cotado a US$ 30.410,97. Comparado ao preço visto durante a queda da FTX, o BTC valorizou 93,17%. Esse é o valor perdido pelos investidores que aguardaram um ‘preço melhor’ para investir em Bitcoin. Em 2023, esse valor já é de 82,45%.

Pratique DCA

O Bitcoin exibiu uma expressiva valorização entre os dias 9 e 10 de abril, deixando a faixa dos US$ 28 mil para subir até os US$ 30 mil. Um sentimento comum no mercado em momentos como esse é aguardar uma queda para alocar mais capital em BTC. Até o momento, no entanto, não se tem certeza sobre o rumo que a maior criptomoeda em valor de mercado tomará. 

Em casos de incerteza como este, Felipe Escudero, fundador do canal BitNada e cofundador do Cripto Select, diz que a essência do Bitcoin é “explosiva”. Mesmo em momentos de queda, Escudero afirma que apostar contra uma valorização expressiva do ativo pode custar caro.

Quando o momento de investir é perdido, contudo, o fundador do BitNada avalia que a melhor postura é fazer aportes periódicos. “Chamamos isso de Dollar Cost Average, ou DCA, que significa a aquisição pelo preço médio do ativo. Semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, o investidor vai comprando aos pouquinhos e fazendo um preço médio no Bitcoin. Essa sempre será a melhor forma para investir em Bitcoin e visar o longo prazo.”

Brecha para as altcoins

Mesmo com a possibilidade de praticar DCA, existem investidores que não se sentem confortáveis em alocar capital no Bitcoin depois que o timing parece ter sido perdido. Glauco Cavalcanti, sócio-fundador da BLP Asset, conta que o BTC costuma disparar antes que altcoins façam movimentos mais expressivos de preço durante períodos de valorização.

“Então, se isto de fato ocorre, uma forma de investir e não perder a alta, na maioria das vezes, é comprar altcoins, ou investir em fundos ‘long only’ diversificados, como os fundos BLP Digital 100, BLP Digital 40 e BLP Digital 20”, avalia Cavalcanti.

Além da exposição a altcoins, seja ela direta ou através de fundos, o porta-voz da BLP recomenda ter atenção aos protocolos mais importantes do mercado. “Eu faço uma linha de corte acima de US$ 1 bilhão em valor de mercado, pois algumas joias sempre estão prontas para serem descobertas pelo mainstream e se valorizar bastante”, conclui Cavalcanti.

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