‘Eu não invisto em Bitcoin, em 2021 ganhei R$ 170 milhões de uma só empresa’, diz bilionário Luiz Barsi

Bilionário brasileiro revela que somente um de seus investimentos lhe rendeu cerca de R$ 170 milhões em dividendos somente de uma empresa

Um dos maiores críticos do investimento em Bitcoin (BTC) no Brasil, o bilionário Luiz Barsi, afirmou que só em 2021 um de seus investimentos lhe deu um retorno de R$ 170 milhões. Barsi é o maior investidor, pessoa física, da Bolsa de Valores do Brasil, a B3.

Segundo revelou ao Infomoney, o investidor acreditava que já conhecia a fundo o mercado de investimento, contudo com a pandemia do coronavírus teve que se reinventar e aprender novos fundamentos, contudo um de seus investimentos no período, realizada na Unipar (UNIP6) lhe rendeu R$ 170 milhões de dividendos.

“Hoje, com mais de 50 anos de experiência, achei que já tinha visto de tudo na bolsa, mas 2020 foi um ano de muito aprendizado, para cima e para baixo. Mesmo assim, em períodos inflacionários, as empresas com perfil de geração de dividendos conseguem repassar o efeito de alta nos preços, corrigindo parte dos seus balanços e garantindo aos investidores um yield muito superior à taxa de juros. Somente a Unipar (UNIP6) me pagou R$ 170 milhões em dividendos no ano passado.”, afirmou.

Ao contrário de muitos investidores Barsi revela que não é um “trader” mas um “holder” pois suas escolhas de investimento não são baseadas no curto prazo mas na solidez de projetos e, portanto, comprar ações para ele é participar destes projetos e não especular apenas.

“Desde os anos 70, quando comecei na bolsa, percebi que era difícil comprar ativos na baixa e vender na alta com consistência. Como também era auditor de empresas da prefeitura, descobri que o governo recebia os dividendos dessas companhias e terceirizava a gestão. Decidi fazer o mesmo, sem assumir o controle das empresas”, disse.

Diversificar mas não pulverizar

Para quem está começando a investir o bilionário dá algumas dicas como diversificar o investimento mas não pulverizar em muitas empresas.

“Especialmente para quem está começando, é importante não pulverizar demais o seu capital. O ideal é que o investidor tenha poucas ações e de empresas que ele consiga entender o negócio porque assim fica mais fácil realizar aportes recorrentes. Só com constância e reinvestimento de dividendos ele irá prosperar”, destaca.

Outro conselho do especialista é não cair na armadilha de comprar um papel só na expectativa de que ele valorize para poder vender.

“Um investidor focado em valorização pode cair na armadilha de comprar um papel só quando ele já tiver valorizado tudo que tinha para valorizar. Assim, precisa saber a hora de comprar e de vender. O investidor focado em dividendos, por outro lado, pode até torcer para que sua ação caia, podendo, assim, comprar uma posição maior naquele ativo.”

Barsi é contra o Bitcoin

Embora Barsi seja um dos maiores investidores de Brasil ele já declarou por diversas vezes que não tem qualquer intenção de comprar criptomoedas, que, para ele, não tem nenhum valor.

“Bitcoin é um elemento criado que não tem patrimônio. Não tem estrutura e não tem origem. Eu não invisto no lugar em que não há fundamentos. O bitcoin é uma estrutura sem fundamentos”, declarou certa vez.

Além disso, Barsi afirmou que as criptomoedas foram criadas como uma espécie de piramide financeira cuja unica intenção é tirar dinheiro das pessoas.

“É uma criação de alguém que projeta um futuro nebuloso para poder tirar dinheiro das pessoas e enganar aqueles que não tem uma raiz forte, em termos de fundamento”, declarou.

No entanto, enquanto Barsi demonstra não ter interesse em Bitcoin e no mercado de criptomoedas, a Receita Federal revelou que em 2021 os brasileiros negociaram mais de R$ 200 bilhões em criptoativos, duas vezes mais o valor negociado em 2020.

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