Hackers voltam a atacar sistema judiciário e TSE diz que espera ‘novos vazamentos’ no domingo de eleições

Brasil segue sofrendo nas mãos de hackers, que atacam entidades públicas com ransomware e pedem resgates em criptomoedas.

A Justiça brasileira sofreu mais um ataque hacker nesta semana. Depois do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior Eleitoral e da Justiça de Santa Catarina, foi a vez do Tribunal Regional da Primeira Região (TRF-1) sofrer um ataque nesta sexta-feira em seu site.

Os hackers postaram uma imagem formando o rosto de um “diabo” para comemorar o ataque e vazaram dados de processos na Deep Web, como informa o Blog do Fausto Macedo, do Estadão. A assessoria do TRF-1 diz que o banco de dados está em “manutenção para analisar uma possível falha na segurança”.

Os invasores ainda postaram mensagens na Deep Web comemorando a “captura de dados”, dizendo que provaram a “vulnerabilidade” da Justiça brasileira, invadindo um tribunal que reúne processos de 13 Estados e do Distrito Federal.

A assessoria do tribunal declarou, porém, que apesar do ataque o material postado “já era de domínio público”:

“A equipe do Tribunal está avaliando agora, mas a princípio houve somente uma divulgação de material que já era de domínio público.”

TSE diz esperar novos vazamentos no 2o. turno de eleições

Depois de sofrer com a ação de hackers no domingo do primeiro turno das eleições municipais no Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral, que viu dados de servidores públicos vazarem em decorrência do ataque, diz que “espera por mais vazamentos” neste domingo, quando será votado o segundo turno do atual pleito.

Os técnicos do TSE declararam à Folha que esperam que novas informações administrativas do tribunal, obtidas por hackers “ao longo do ano”, podem ser vazadas no domingo.

O Ministério Público e a Justiça Federal investigam uma ação orquestrada, supostamente com participação de hackers e bolsonaristas como o bloqueiro Oswaldo Eustáquio, que está em prisão domiciliar, para descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro.

As urnas eletrônicas, porém, como já declarou o TSE mais de uma vez, não estão ligadas a nenhuma rede, o que torna ataques hacker com objetivos eleitorais praticamente impossíveis no país. Para burlar as eleições, seria preciso acessar fisicamente todas as urnas usadas no processo eleitoral.

A ação de hackers não tem afetado apenas a Justiça, mas também outras entidades estatais, inclusive o governo federal. A maioria dos ataques instala um ransomware para bloquear os sistemas e pedir o pagamento de resgate em Bitcoin ou moedas de privacidade como o Monero.

No começo deste mês, os sistemas do Ministério da Saúde também foram alvo de ataque, o que afetou a cosolidação do número de casos e vítimas do coronavírus no Brasil.

Segundo especialistas, o país não está preparado para lidar com os ataques, apesar do governo e membros do judiciário e do legislativo terem formado um “comitê de crise” para combater os hackers.

Como noticiou o Cointelegraph Brasil, o Brasil tornou-se um centro global de hackers neste ano, com os criminosos comandando ataques em toda a América Latina e na Europa.

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