Com maior rentabilidade, uso de ‘robôs’ se populariza e consolida espaço no mercado de criptomoedas brasileiro
Em 12 meses, uma das maiores gestoras de BTC do Brasil obteve retorno de 71% com a cripto
A rentabilidade anual do Bitcoin operado via algotrading (uso de algoritmos para operações financeiras) já supera os 70% em algumas empresas de negociação automatizada do Brasil, segundo dados das próprias companhias.
Na Atlas Quantum, por exemplo, os últimos 12 meses registraram um retorno de 71,63% nos BTCs negociados na plataforma. Mesmo em um ano de bear market, como foi 2018, a gestora de criptoativos contabilizou 62,3% de rentabilidade. Na QR Capital, que lançou em outubro de 2018 o QR BTC, a rentabilidade acumulada já chega a 12,03% em pouco mais de três meses de operação.
“Para conseguir bons rendimentos com arbitragem não é necessário que o mercado suba ou caia, o importante é que haja volatilidade. A pior coisa para a arbitragem é um mercado parado, com baixa volatilidade”, explica Igor Mallagoli, analista de investimentos da Atlas Quantum.
O uso de robôs e tecnologia não é novidade no setor financeiro, mas para um mercado que opera full time, como o das criptomoedas, proteger posições e conseguir lucro pode ser humanamente impossível sem o uso de recursos tecnológicos.
David Gibbin, head de tecnologia da QR Capital, explica que modelos baseados em inteligência artificial analisam mais do que indicadores técnicos de sobrevenda ou sobrecompra, mas são capazes de se adaptar aos riscos e travar operações, mesmo em padrões que possam parecer rentáveis.
O algoritmo da QR Capital opera sobre a combinação de portfólios e múltiplos modelos, conhecidos como traders. A tomada de decisão, no entanto, não é definida pelos modelos, mas por um robô estrategista que compara os portfólios.
Gibbin acrescenta que:
“O robô vai aprendendo e adaptando parâmetros. Conforme ele vai ficando mais assertivo, vai ganhando peso dentro do portfólio global.”
O especialista da Atlas acredita que o algotrading é fundamental para ampliar a adoção das criptomoedas: “Operar no mercado financeiro exige tempo e conhecimento, as plataformas automatizadas permitem que o investidor pessoa física tenha acesso a uma excelente rentabilidade com risco controlado sem ter de se dedicar tanto a uma área que ela não necessariamente domina”, afirma.
A gestão de criptoativos vem crescendo no Brasil. Empresas como a Anubis e como a Coinperative oferecem trade de criptomoedas baseado em inteligência artificial. Segundo o site da Anubis, a rentabilidade do Bitcoin acumulada nos últimos 30 dias é de 4.08%.
No início de fevereiro o Cointelegraph informou sobre a parceria entre a QR Capital e a Foxbit para oferecer os serviços de gestão de critptoativos aos usuários da exchange que possui mais de 450 mil clientes.