Governos precisam aceitar a revolução dos criptoativos, diz economista
O famoso economista Mohamed El-Erian, diretor da Queens’ College, da Universidade de Cambridge, consultor da Allianz e ex-conselheiro de Barack Obama, publicou artigo em defesa da “revolução dos criptoativos“, dizendo que governos ocidentais precisam parar de distorcer o setor e abrir os olhos para a inovação.
“Chegou a hora de mais governos ocidentais pararem de minimizar a revolução dos criptoativos como uma mistura de esquemas de pagamentos ilegais e especulação financeira imprudente”, escreveu o doutor em economia, em artigo publicado no Financial Times.
O economista também disse que a tecnologia blockchain está se tornando cada vez mais importante para as finanças, que muitos investidores já vêem os criptoativos como uma proteção contra a inflação e que pagamentos com criptoativos vão se tornar cada vez mais comuns.
“Os governos ocidenteais deveriam estar mais abertos a abraçar as inovações dos criptoativos e canalizá-las em uma melhor direção para as finanças, a economia e a sociedade”, disse El-Erian, que também afirmou que deveria haver uma troca entre empresas do setor de criptoativos e governos, com as primeiras fortalecendo suas políticas de controle de lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas e os segundos sendo mais abertos às inovações.
No texto, El-Erian cita que a China já reconheceu as possibilidades do setor de criptoativos e poderá, em breve, dominar a tecnologia. Ele afirma, ainda, que a moeda digital lançada pelo governo chinês “provavelmente cruzará fronteiras” e, assim, poderá ser tornar uma ameaça para o status do dólar de reserva global.
Ao mesmo tempo que o mercado de criptoativos cresce em ritmo acelerado – levantamento recente mostra que o número de usuários dobrou nos últimos meses -, governos parecem não acompanhar as mudanças, mantendo o setor pouco ou mal regulado e sob um constante temor de regras mais rígidas e proibições. Esse tipo de preocupação e restrição acabam freando o desenvolvimento do mercado de criptoativos como um todo.
Para El-Erian, “o debate político sobre criptoativos nas economias ocidentais permanece muito fechado diante da importância das questões em jogo e excessivamente polarizado”.