Gestora cripto explica queda do bitcoin e tenta tranquilizar investidores
Depois de uma das maiores quedas de preço do do bitcoin e do mercado cripto nos últimos anos, a gestora brasileira Hashdex, responsável por alguns ETFs e fundos de investimento em criptoativos, divulgou comunicado nesta terça-feira, 25, explicando as razões para o movimento de baixa e demonstrando otimismo com setor, numa tentativa de tranquilizar os investidores.
“Em sua breve história, os criptoativos demonstraram retornos bastante consistentes para horizontes de tempo mais alongados, de alguns anos. É para quem mira nesses prazos que recomendamos o investimento”, diz o texto da gestora. “Não há nada no cenário atual que o diferencie substancialmente das crises passadas e, provavelmente, das próximas que irão ocorrer. Seguimos extremamente confiantes de que as tecnologias de blockchain trarão enormes ganhos de produtividade global e que os criptoativos são uma oportunidade única de investimento”.
Em seu documento, a Hashdex também tenta explicar as razões por trás da queda recente no mercado cripto. Para a empresa, os motivos são tanto diretamente ligado ao setor de criptoativos, quanto externos, ligados à políticas econômicas e contextos globais.
A empresa cita, por exemplo, o cenário macroeconômico que inclui preocupações sobre alta da inflação e o consequente aumento nas taxas de juros como forma de evitá-la – o que tem sido feito nos EUA e no Brasil, entre outros países – e que torna mais atrativo o investimento em ativos mais seguros, como títulos públicos. A Hashdex pontua, ainda, que juros altos reduzem a expectativa de crescimento econômico e lucros das empresas, citando como exemplo a queda do índice Nasdaq, que perdeu 15% nos últimos dois meses.
“O período tem sido desfavorável para ativos de risco e, desde o início da pandemia de Covid-19, os criptoativos passaram a apresentar uma correlação maior com os mercados tradicionais. Um dos possíveis motivos é a entrada de mais investidores institucionais”, diz o texto.
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Já sobre fatores diretamente relacionados às criptomoedas que podem ter contribuído para a queda nos preços, a Hashdex cita o risco de proibição do setor na Rússia: “Entre os fatores mais idiossincráticos do mercado de criptoativos, o mais relevante foi a divulgação, na semana passada, de um relatório do Banco Central da Rússia defendendo o banimento da transação e mineração de criptoativos no país”.
A gestora também mostra que grandes quedas fazem parte da história das criptomoedas, em especial do bitcoin, que é a mais importante delas e cujas variações de preço afetam o mercado inteiro. “Movimentos semelhantes e até mais acentuados foram registrados em todos os principais criptoativos. A alta volatilidade sempre foi uma característica marcante dos criptoativos”.
“A despeito dos significativos drawdowns, nesse período [desde janeiro de 2020], o bitcoin teve valorização de cerca de 370%. Já o ether multiplicou seu valor por quase vinte. Isso significa que os investidores que agiram com disciplina e serenidade nos momentos de maior estresse do mercado foram fartamente recompensados”, completa a empresa.
Entre os produtos geridos pela Hashdex estão quatro dos seis ETFs de criptoativos listados na bolsa de valores brasileira, entre eles o HASH11, que se tornou o maior ETF do país em número de cotistas recentemente, mas que acumula desvalorização de 32% no último mês e 47% desde novembro, quando o bitcoin atingiu o maior preço da sua história, de 69 mil dólares. No momento, a criptomoeda é negociada a 37.400 dólares.
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