Gemini demite 10% de seus funcionários e aumenta preocupação sobre exchanges

A Gemini fez a sua primeira demissão coletiva desde a sua criação em 2014, desligando 10% do seu quadro de funcionários.

O anúncio do corte de funcionários foi feito nesta quinta-feira (2) pelos próprios fundadores da exchange, Cameron e Tyler Winklevoss. Ambos ficaram mundialmente conhecidos ao disputar judicialmente com Mark Zuckerberg quem seria o verdadeiro inventor do Facebook, agora Meta.

O comunicado divulgado não informa quantos funcionários foram desligados da empresa, nem quais áreas sofreram os maiores cortes. Consta no seu perfil no LinkedIn que a Gemini tinha até então mais de 1.000 funcionários, sendo possível estipular que cerca de 100 pessoas perderam os seus empregos.

“Hoje é um dia difícil, mas que tornará Gêmeos melhor a longo prazo”, afirmaram Cameron e Tyler no comunicado.

Gemini e seus problemas

A empresa estava colhendo bons resultados nos últimos anos, à medida que o mercado cripto crescia em adoção e capitalização. Sete meses atrás, o empreendimento dos gêmeos Winklevoss conseguiu levantar US$ 400 milhões em uma rodada de investimento, com a exchange chegando a ser avaliada em mais de US$ 7 bilhões.

No entanto, o atual cenário político-econômico mundial e as fortes quedas de preço das criptomoedas mudaram essa situação. Dados do The Block mostram que a correta foi responsável por somente 2% do volume de negociações da indústria cripto. Em comparação a Binance, que lidera o setor, teve 64%.

Isso levou a Gemini a querer mudar sua atuação neste segmento, se concentrando somente nas áreas onde consegue melhores resultados e estão atreladas à sua missão – o que levou ao corte de parte de seus colaboradores. O comunicado ainda afirma que a diretoria da exchange fará uma reunião com os funcionários que restam para discutir e formar estratégias sobre o seu futuro.

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Crise afeta exchanges e demais startups

A Gemini se junta a uma lista cada vez maior de exchanges e demais corretoras de negociação cripto que estão realizando demissões coletivas. Recentemente, Robinhood, Bitso e BitMEX também cortaram parte de seus funcionários. À medida que as criptomoedas sofrem quedas de preço, as receitas dessas empresas também diminui, pois suas maiores fontes estão nas taxas cobradas pelas negociações de seus clientes.

Apesar de não desligar funcionários até o momento, a Coinbase também tem sofrido com resultados financeiros cada vez piores, levando o preço de suas ações cair mais de 80% nos últimos meses. Os irmãos Winklevoss fizeram questão de enfatizar o atual momento da indústria:

“É aqui que estamos agora, na fase de contração que está se estabelecendo em um período de estase – o que nossa indústria chama de ‘inverno criptográfico’. Tudo isso foi agravado pela atual turbulência macroeconômica e geopolítica. Não estamos sozinhos”

Vale ressaltar que grandes demissões estão sendo feitas não somente na indústria cripto. De acordo com Layoffs.fyi, cerca de 15.000 funcionários de startups perderam seus empregos neste mês de maio.  No Brasil, as startups VTEX e Olist também desligaram parte de seus funcionários nas últimas semanas.

Isso se deve pelo aumento nas taxas de juros dos Estados Unidos e ao redor do mundo. Por estarem dando seus primeiros passos, essas companhias praticamente sobrevivem de novas rodadas de investimento, e ao verem seus gastos subirem, precisam cortar despesas. Dessa forma, o mercado tem temido cada vez mais a chegada de uma longo recessão econômica.

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