Gestor de fundo que perdeu US$ 3,6 bilhões com colapso do Terra (LUNA) prepara nova aposta no mercado de criptomoedas

Simon Seojoon Kim é um dos mais eminentes investidores de criptomoedas da Coreia do Sul e contribuiu com o financiamento do projeto do Terra quando o protocolo DeFi encontrava-se em seu estágio inicial de desenvolvimento.

Mesmo depois de assistir US$ 3,6 bilhões em LUNC, token nativo do finado protocolo DeFi Terra Classic, irem a praticamente zero em questão de dias, o líder do fundo de capital de risco sul-coreano Hashed, Simon Seojoon Kim, não perdeu a fé no potencial da indústria de criptomoedas e prepara-se para arriscar-se em novos investimentos, relatou reportagem da Bloomberg publicada na terça-feira, 2.

Kim participou de uma das primeiras rodadas de financiamento do Terra através de uma venda privada de tokens, quando estes custavam menos de uma fração de dólar, mas ainda assim, muito mais do que vale hoje o renegado LUNC.

Em 5 de abril, ele viu o investimento do Hashed atingir a soma de US$ 3,6 bilhões de dólares, quando o LUNC atingiu a máxima histórica de US$ 119,50. Pouco mais de um mês depois, o sucesso do Hashed virou pó depois que a stablecoin TerraUSD (USTC) perdeu a paridade com o dólar e jamais conseguiu recuperá-la, dando início a uma espiral da morte que havia sido prevista por alguns dos críticos do projeto.

Acusações

Há quem diga, porém que as consequências do colapso do Terra Classic talvez não tenham sido assim tão severas como Kim quer fazer parecer. Pelo menos dois jornais sul-coreanos questionaram a responsabilidade moral do gestor como uma figura importante e influente do espaço cripto.

As reportagens o acusam de ter contribuído para o hype exagerado em torno do protocolo, além de ter vendido uma parte dos LUNCs de sua propriedade quando o token estava em alta. 

Kim negou as ilações e disse que manteve 99% de seu investimento inicial no LUNC mesmo depois que a espiral da morte foi disparada, e que teria vendido anteriormente apenas as recompensas obtidas a partir do staking do ativo.

Também se isentou das acusações de que teria influenciado investidores do varejo a investir no token:

“Os ativos em que investimos são experimentais e sempre mantivemos como regra não fazer recomendações comerciais.”

GameFi é a próxima aposta

Talvez pela frieza e autocontrole típicos das culturas orientais, nem o revés bilionário nem as acusações foram capazes de abalá-lo. Nem pessoalmente nem enquanto líder de um dos mais eminentes fundos de capital de risco da indústria de criptomoedas.

Apesar de todo o rastro de destruição que a queda do Terra deixou, causando crises de liquidez e insolvência, e, em última instância, até a falência de algumas empresas, Kim disse que não tem planos de diminuir o ritmo dos investimentos no setor.

O Hashed está focado em projetos de GameFi, que combinam recursos de gamificação com instrumentos de finanças descentralizadas, permitindo que os jogadores sejam recompensados com tokens ou NFTs, além de poder negociá-los livremente nos mercados secundários. Segundo um estudo recente da Absolute Reports, o setor de GameFi Indústria pode atingir um valor estimado em US$ 2,8 bilhões nos próximos seis anos.

Kim acredita que o mundo dos jogos virtuais se tornará cada vez mais interconectado com a economia real, pois a tecnologia blockchain e os tokens não fungíveis vão permitir que os usuários reivindiquem a troca de itens virtuais por seus correspondentes no mundo real, além da simples negociação em ambientes virtuais. Isso poderia criar “um grande número de novos empregos à medida que os ativos são intercambiados entre os mundos virtual e real”, disse.

Mais da metade do fundo de US$ 240 milhões levantados pela Hashed em dezembro do ano passado já foram investidos em novos projetos. E o fundo já está planejando a criação de um novo fundo assim que os recursos se esgotarem. Sucessos e fracassos fazem parte da evolução da indústria, afirmou:

“No setor de tecnologia, não existe um portfólio que garanta o sucesso contínuo. Aqui, nós fazemos nossos investimentos com isso em mente. Acreditamos no crescimento da comunidade cripto e isso nunca mudou.”

Conforme relatório publicado pelo Cointelegraph recentemente, os investimentos dos fundos de capital de risco na indústria de criptomoedas e tecnologia blockchain mantiveram-se estáveis nos dois primeiros trimestres de 2022, apesar da ampla retração do mercado.

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