Sam Bankman-Fried pensou em oferecer US$ 5 bilhões a Trump para ele não concorrer à presidência, diz escritor
“Isso só é chocante para aqueles que não conhecem Sam”, diz o autor Michael Lewis sobre uma das revelações bombásticas de seu novo livro, uma biografia autorizada sobre Sam Bankman-Fried.
O ex-CEO da FTX, Sam “SBF” Bankman-Fried, chegou a pensar em pagar uma quantia bilionária a Donald Trump para que ele não concorresse à presidência dos Estados Unidos, de acordo com Michael Lewis, autor de uma nova biografia autorizada que documenta a ascensão e a queda de SBF.
Michael Lewis, autor de “Going Infinite: The Rise and Fall of a New Tycoon” (Rumo ao Infinito: A Ascensão e a Queda de um Novo Magnata, em tradução livre), falou sobre o ex-bilionário das criptomoedas e fundador da FTX em uma entrevista concedida ao programa 60 Minutes em 1º de outubro.
Uma das revelações do livro é que SBF pensou em pagar Donald Trump para que o ex-presidente não disputasse as eleições. “Isso só é chocante para aqueles que não conhecem Sam”, disse Lewis, antes de acrescentar:
“Sam acredita que poderíamos pagar a Donald Trump para que não concorra à presidência […] quanto seria necessário?”
“O número que estava circulando era de US$ 5 bilhões”, acrescentou ele, antes de dizer que SBF não tinha certeza se esse valor foi estipulado diretamente pelo próprio Donald Trump.
SBF também estava analisando as implicações legais de tal projeto, de acordo com Lewis. O escritor acrescentou que “eles ainda estavam mantendo essas negociações quando a FTX colapsou.”
Isso só não aconteceu porque o Bankman-Fried não tinha mais os US$ 5 bilhões, acrescentou.
lol what??
SBF was trying to pay Trump $5 billion not to run again. pic.twitter.com/ffbmfI3R9F
— Brad Michelson (@BradMichelson) October 2, 2023
lol o quê??
SBF estava considerando pagar US$ 5 bilhões a Trump para ele não concorrer novamente.
— Brad Michelson (@BradMichelson)
De acordo com Lewis, SBF acreditava que Trump estava tentando minar a democracia nos Estados Unidos, e dizia que ele “faz parte da lista de riscos existenciais” ao futuro do país.
Lewis viajou uma dúzia de vezes às Bahamas e passou mais de 70 dias na companhia de SBF e outros funcionários do alto escalão da FTX em 2022. Autor e personagem se tornaram próximos, contou Lewis. “Eu ficava nos quartos extras, então tinha acesso a todos os cômodos, inclusive à cobertura”, disse ele ao The Wall Street Journal.
Falando sobre as consequências pós-colapso da FTX em novembro de 2022, ele disse:
“Foi como o rescaldo de Pompeia. Roupas e pertences deixados para trás, congelados no tempo. Muitos foram para o aeroporto deixando os carros da empresa com as chaves na ignição no meioda rua.”
O Cointelegraph entrou em contato com os representantes legais de Bankman-Fried e Trump. Mark Botnick, que cuida das comunicações do caso SBF, disse que ninguém comentaria as declarações.
De acordo com o roteiro do julgamento de SBF divulgado na semana passada, as sessões começam em 3 de outubro com a seleção do júri. O julgamento de fato começa em 4 de outubro.
SBF será julgado por sete acusações de fraude – duas acusações substantivas em que a promotoria deve convencer o júri de que Bankman-Fried cometeu crimes e cinco outras acusações de conspiração para cometê-los.
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