Bom e velho DeFi: três aplicações para fugir das exchanges centralizadas

Uniswap, Aave e Maker são três das mais antigas e confiáveis plataformas das finanças descentralizadas

As plataformas centralizadas do mercado cripto, notadamente as exchanges, não estão passando confiança aos investidores nos últimos dias. O colapso da FTX e seu incerto risco sistêmico são os principais responsáveis. Isso não significa, contudo, o fim do mercado de criptomoedas, especialmente das finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês).

Em sua newsletter, o Bankless recomendou quatro plataformas de DeFi para os investidores que querem continuar no mercado cripto, mas fora das plataformas centralizadas.

Boa e velha Maker

O Bankless começa recomendando duas das mais antigas plataformas de DeFi: Maker e Oasis. Maker é a emissora da stablecoin DAI, que é obtida ao oferecer outros criptoativos como colateral ao Maker Vault. Ou seja, ao fornecer um ativo digital como colateral, é possível obter a stablecoin em troca.

Desta forma, a Maker é uma forma descentralizada de obter stablecoins. Uma das formas de acessar esse serviço é a Oasis. Dentro da plataforma, é possível fornecer nove diferentes criptoativos como colateral e obter uma parte do valor em DAI.

O empréstimo em DAI pode ser pago aos poucos, sem prazo para terminar. Além disso, o Oasis implementou produtos de investimento em DeFi. Diferente dos programas de rentabilidade de exchanges centralizadas, todo o processo pode ser auditado através da blockchain.

O fantasma camarada

A Aave é uma das mais tradicionais plataformas de empréstimo em DeFi. Através dela, é possível tomar empréstimos de forma descentralizada, assim como na Maker, ou fornecer colateral para que outras pessoas tomem empréstimos.

Ao fornecer liquidez para empréstimos, o investidor recebe rendimentos proporcionais à oferta e demanda do ativo. Quanto menor for a oferta e maior for a demanda, maiores serão os ganhos por fornecer liquidez.

O Bankless classifica a Aave como uma plataforma para investidores de Ethereum focados no longo prazo, e que gostariam de obter renda passiva sobre seus ativos. Embora os rendimentos não sejam expressivos, a plataforma é uma alternativa transparente de renda fixa.

É importante ressaltar, no entanto, que a transparência não é um atestado de ausência de risco. Recentemente, um ataque conduzido na Aave fez com que a plataforma ficasse com um débito de US$ 1,7 milhão que não pode ser pago. O ataque não foi bem-sucedido, mas mostrou uma vulnerabilidade no protocolo. Mudanças já estão sendo planejadas após o ataque.

Negociações descentralizadas

Para os investidores temendo deixar a custódia de seus criptoativos às exchanges centralizadas, usar plataformas descentralizadas é a melhor alternativa. Ao negociar em exchanges descentralizadas (DEX), o usuário pode fazer a custódia de seus próprios ativos, autorizando apenas o acesso aos ativos que deseja negociar.

Em sua newsletter, o Bankless explica que a maioria dos criptoativos são tokens ERC20, emitidos na blockchain Ethereum. Por isso, ao utilizar a Uniswap, o usuário tem acesso a vários pares de negociação.

A interface de uso é simples de utilizar, facilitando a experiência de usuários que não estão habituados com DeFi. Para verificar quais são os pares de negociação disponíveis na Uniswap, plataformas como GeckoTerminal podem ser úteis.

O advogado Jake Chervinsky publicou em seu Twitter que, após o colapso da FTX, reguladores estudarão mais o caso da exchange. Com o conhecimento adquirido, será mais fácil identificar como DeFi é diferente das plataformas centralizadas do mercado cripto. “É espantoso ver o quão resiliente DeFi se tornou”, diz Chervinsky.

Leia mais:

Você pode gostar...