Policia Federal investiga Ministro Paulo Guedes por fraude bilionária em fundos de pensão

Enquanto Paulo Guedes pretende criar imposto para transações em Bitcoin, Polícia Federal investiga o ministro por fraude em fundos de pensão

A Polícia Federal está “na cola” do Ministro da Economia, Paulo Guedes.

Assim, segundo investigações da Operação Greenfield, Guedes é acusado de ter praticado fraudes bilionárias em fundos de pensão estatais.

As investigações envolvendo Guedes começaram ainda em 2018, quando Bolsonaro ainda não era presidente e Guedes não era ministro.

Fraude

A Operação Greenfield começou em 2016, a pedido do Ministério Público Federal e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Assim, ela investiga desvio em fundos de pensão, bancos públicos e estatais.

No total as autoridades acreditam que mais de R$ 8 bilhões em prejuízos estão envolvidos na investigação.

Participaram da operação cerca de 560 policiais federais, além de 12 inspetores da CVM, quatro procuradores federais da CVM, oito auditores da PREVIC e quatorze procuradores da República.

Guedes e os fundos de pensão

Segundo as investigações Guedes teria atuado como fiador de uma série de negócios suspeitos de fraude com entidades de previdência patrocinadas por estatais por meio de uma de suas empresas.

Dentro da operação, Guedes é investigado em três inquéritos pela suspeita de gestão temerária ou fraudulenta devido a captação e aplicação de recursos da ordem de R$ 1 bilhão feita junto a sete fundos de pensão.

Assim, segundo a investigação, somente a Funcef, fundo de previdência dos funcionários da Caixa, teria tido prejuízos de R$ 22 milhões nas aplicações geridas por Guedes.

Guedes também é acusado de atuar junto aos fundos de pensão do Banco do Brasil(Previ), Petrobrás (Petros) e Correios (Postalis).

Invista nas minhas empresas

Segundo as investigações um montante de R$ 1 bilhão teria sido alocado nos fundos de investimento em participações (FIPs) BR Educacional Gestora de Ativos e Brasil de Governança Corporativa.

Porém, a BR Educacional e Brasil Governança Corporativa foram criados pelo próprio Paulo Guedes e não tinham nenhuma experiência no mercado e recentemente tinha sido autorizada pela CVM.

Desta forma, não cumpria os requisitos técnicos para integrar investimentos em fundos de pensão.

Assim, a suspeita é que enquanto Guedes lucrou todos os fundos ou tiveram prejuízos ou ganhos ínfimos.

Além disso, a BR Educacional teria captado R$ 62,5 milhões sem ter patrimônio líquido, histórico de faturamento ou algum tipo de garantia e foi criada por um escritório de advocacia especializado na venda de CNPJs.

Guedes teria então atuado no conselho administrativo da empresa, responsável por receber o dinheiro dos fundos e ao mesmo tempo teria sido sócio majoritário da gestora responsável aplicação dos recursos, o que caracterizaria um conflito de interesses.

Ministro nega

O Ministro porém nega as acusações.

Assim, por meio de nota, Guedes nega as irregularidades investigadas e afirma que tudo ocorreu de forma legal.

“a legalidade e a correção de todos os investimentos dos fundos que, diga-se de passagem, têm sido lucrativos aos cotistas, incluindo os fundos de pensão”.

Enquanto isso

Enquanto as investigações sobre as gestão de Paulo Guedes não chegam a um resultado o ministro voltou a falar na criação de um imposto para transações digitais.

“Tem que ampliar a base de tributação. Em vez de ter só uma base de consumo e renda —e o Brasil tributa demais o consumo com impostos indiretos, que são regressivos, e de menos a renda—, é melhor, em vez de aumentar muito o Imposto de Renda, criar uma outra base de tributação qualquer, que podem ser transações digitais, pagamentos, alguma coisa que te permita manter alíquotas baixas”, disse.

Na proposta de Guedes todas as transações digitais devem pagar imposto e isso pode incluir não apenas as operações de cash-out com Bitcoin, como ocorre com os cartões de criptomoedas, caso da Uzzo, Atar, Alterbank, Coinbene, entre outros.

Porém pode também incluir as operações de compra e venda de bitcoin dentro das exchanges, já que elas, em tese, também são transações digitais.

A proposta não tem consenso no Governo Federal.

Além disso, tanto Câmara quanto Senado já afirmaram que devem rejeitar a proposta de criação de um novo imposto.

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