Em pleno bear market, Brasil ganha novo fundo para investir em iniciativas na Web3
Viden Ventures investirá em até 20 projetos da Web3, com aportes que vão de R$ 500 mil até R$ 2,5 milhões
As previsões apontam que, em 2023, fundos de capital de risco alocarão menos recursos no mercado de criptomoedas. Especialistas no assunto concordam. Isso não quer dizer, porém, que não haverão investimentos por parte de fundos a empresas desse setor. É o caso da Viden Ventures, que anunciou seu primeiro fundo destinado a empresas da Web3.
A ideia do fundo é investir em até 20 startups em estágio inicial, com aportes que vão de R$ 500 mil até R$ 2,5 milhões. Somente em janeiro, essa é a segunda notícia de uma empresa brasileira que destinará investimentos ao mercado cripto em 2023.
Fluxo reduzido, mas vivo
A Viden começou como Projob, uma gestora criada em 2021, com foco em criptoativos ligados a jogos. A gestora já fez três investidas no Brasil, relacionadas a metaverso e economia de criadores de conteúdo.
O objetivo do fundo é encontrar empresas que “moldarão dramaticamente o futuro, com base no valor da descentralização”, afirma Rafael Lima, sócio da Viden. “Estamos à procura de empresas que estejam mirando grandes tendências do setor”, completa. Sobre escolher o atual ciclo de baixa para criar o fundo, apesar da recente alta dos preços, a Viden diz que os motivos que fazem a empresa acreditar no mercado não mudaram.
“O motivo do momento [de baixa] atual vem, em grande parte, pelo contexto macroeconômico e pela sua correlação com ativos de risco do mercado financeiro tradicional. Enxergamos esse momento como uma oportunidade de nos expor e de antecipar as tendências, para conseguirmos colher frutos quando as empresas e projetos que estão sendo desenvolvidos agora liderarem o próximo ciclo de crescimento do mercado.”
Pestação descentralizada de serviços
Brasileiros que desenvolvem projetos dentro da Web3 classificam o Brasil como um país com potencial para assumir protagonismo global dentro desse setor. Eles ressaltam, porém, que ainda existem lacunas a serem preenchidas para que o país assume esse status.
Na criação de projetos, isso se traduz em pontos de dor real que precisam ser endereçados, criando espaços para startups. Para a Viden, uma área com grande potencial é a criação de ecossistemas que conectem vendedores e prestadores de serviço aos consumidores.
“Se pegarmos o modelo de negócio das principais plataformas que propõem isso em território nacional, como iFood, Uber e AirBnB, podemos observar que uma grande fatia da receita dessas operações fica com o intermediador. No caso, são essas próprias empresas”, aponta a Viden.
A criação de uma solução descentralizada nesse setor, após conquistar a confiança dos usuários, pode gerar preços mais baixos para quem compra, e lucros maiores a quem fornece, conclui a gestora.
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