The Merge: Mercado cripto se divide em ‘guerra’ sobre a migração da Ethereum

Entusiamo com a migração da rede para prova de participação é acompanhada por receio relacionado a possíveis hard forks na rede após a fusão.

Anunciado em julho, o esperado The Merge da rede Ethereum (ETH) está previsto para o próximo dia 19 de setembro, data em que a rede blockchaim deve migrar o protocolo de prova de trabalho (PoW) para prova de participação (PoS). A mudança deverá representar uma economia de aproximadamente 99% em consumo de energia de gasto computacional oriundo dos mineradores, atualmente necessários para validar as transações.

De um lado, há a percepção de que uma nova Ethereum está prestes a nascer, já de outro formou-se uma espécie de guerra sobre o futuro da blockchain líder dos contratos inteligentes.

Há quem aponte alternativas, como a possível migração para o Ethereum Classic (ETC), protocolo que mantém o código original da blockchain depois de um hard fork dividindo as redes ETH e o ETC. 

Não por acaso, embora o anúncio do The Merge tenha impactado positivamente a alta do Ether, cujo ganho mensal é de quase 45%, maior ainda foi o crescimento do ETC, que neste mesmo período acumulou um ganho de 137% e chegou aos US$ 36,59. 

Apesar de a migração para o ETC ser um dos caminhos possíveis, ele é apenas uma das possíveis veredas para os mineradores. Muitos especialistas avaliam que a migração pode causar um estrago na rede após a implantação do Merge, embora outros especialistas garantam que as vias alternativas pós-Merge possam a desaparecer em um futuro breve. 

Para quem defende a fusão,há o apoio do próprio cofundador da Ethereum Vitalik Buterin, que abordou a questão durante a Conferência Anual da Comunidade Ethereum, ou EthCC, em Paris, dias após o anúncio do Merge.

Na ocasião, ele se manifestou firmemente contra a possibilidade de hard fork e pediu aos entusiastas da prova de trabalho que apoiem o ETC em vez de promoverem uma nova bifurcação na rede ao argumentar que esta medida é apoiada por proprietários de exchanges de criptomoedas com interesse de ganhar dinheiro rápido. 

A rede Chainlink (LINK), uma rede blockchain que opera com uma rede de oráculos descentralizados que permite a interação entre blockchain, já anunciou que suportará apenas a camada de prova de participação da Ethereum, descartando quaisquer outros hard forks que eventualmente forem criados após o Merge. Já o segundo maior pool de mineração, o F2Pool, afirmou que não participará de um eventual hard fork e que a era de prova de trabalho da Ethereum acabou.

A fusão também conta com outros apoiadores de peso, entre eles a empresa focada em soluções de finanças descentralizadas (DeFi) DeBank, que afirmou que um eventual hard fork “será um desastre” e que nenhum de seus produtos suportará qualquer token originário de uma eventual bifurcação da rede Ethereum, o Digital Currency Group, empresa de capital de risco controladora da Grayscale, Genesis Trading e CoinDesk, e a ETC Coorporative, que publicou uma carta aberta explicando que um eventual hard fork traria dificuldade substancial em relação ao hard fork de 2016 e que não funcionará. 

Para Kevin Zhou, porém, a história é outra. Em participação recente no Unchained Podcast de Laura Shin, o cofundador da Galois Capital disse que espera, pelo menos, três hard forks após The Merge. “Intrusos” que, para o fundador da Crypto Pragmatista, Jack Niewold, têm potencial para se tornarem um problema para stablecoins como o Tether (USDT) e o USD Coin (USDC). Em uma publicação no Twitter, ele disse que a rede precisa se bifurcar sem para de funcionar e que a transição possui muitos riscos, entre eles uma eventual decisão de hard fork por parte dos mineradores. 

Outros posicionamentos favoráveis à aceitação do hard fork, apelidado de Ethereum PoW, vieram das exchanges BitMEXHuobi, que disseram que listarão tokens de hard fork do ETH caso eles sejam criados, além da manifestação de diversas personalidades do universo cripto.

A possível “dor de cabeça” da Ethereum foi é que também prevê a plataforma de criptoativos Amber Group ao falar em estrago nos dias que antecederem The Merge, quando pequenos mineradores de ETH podem obter o máximo de receita possível. A empresa sediada em Singapura anunciou o início de suas operações no Brasil com a implantação de uma plataforma de negociação integrada a serviços bancários baseados em criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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