Estrangeiros retiraram R$ 1 bilhão do Brasil mesmo com dólar em queda
O dólar caiu ante o real na última semana mesmo com forte saída de dinheiro estrangeiro da bolsa. Segundo o Banco Central, US$ 186 milhões (R$ 1 bilhão) deixaram o país no começo do mês.
O valor se refere à retirada líquida, ou seja, descontadas as entradas. O valor foi registrado em uma semana marcada por recuo do dólar. O movimento chama atenção por costumar ser o inverso: investidores tendem a ser mais afastados principalmente quando quando o dólar sobe, dada a fraqueza do real .
A situação, porém, começou a se recuperar na última segunda-feira (9). Segundo a B3, houve entrada do quádruplo do valor nesse dia, quando exatos R$ 4,502 bilhões foram aplicados no mercado financeiro nacional. Trata-se da maior entrada diária desde 2007.
A expectativa é que o movimento se estenda para recuperar o tempo perdido. Outubro, por exemplo, marcado pelo dólar alto, fechou negativo. Foram US$ 1,3 bilhão (R$ 7 bilhões) retirados do Brasil descontadas as entradas.
Real reverte ganhos e dólar volta a subir
Após semana positiva, o real voltou a perder força frente ao dólar. Passado o “efeito Biden” e a notícia da Pfizer, o dólar recuperou R$ 4,39 na terça-feira e toca R$ 5,40 nesta quinta-feira (12).
Novamente, o movimento ocorre mesmo enquanto o dólar não ganha força segundo medido pelo índice DXY. Enquanto isso, operadores digerem os dados do comércio. Segundo IBGE, apesar da quinta alta seguida em setembro, o ritmo de crescimento diminuiu.
Ibovespa sobe por seis dias, mas volta a sentir efeito de incertezas no exterior
A entrada de investidores estrangeiros veio junto com uma subida do Ibovespa. Até terça-feira (10), o índice da bolsa brasileira registrou seis dias seguidos de alta. De 93.968 na abertura do dia 3, avançou até 105.067 no fim do pregão do dia 10. Alta, portanto, de 11,8%.
O movimento, porém, começa a frear desde a última quarta-feira (11), quando o Ibovespa fechou com leve recuo de 0,24%. Nesta quinta-feira (12), o índice segue com movimentação lateral em meio a novas incertezas no exterior.
Agentes do mercado realizaram lucros e vêm olhando com a atenção a segunda onda da pandemia nos EUA e na Europa. Enquanto isso, esperam por novos pronunciamentos do FED americano e do Banco Central Europeu.
Providências de governos para conter uma novo agravamento da crise pode determinar se a entrada de investimento estrangeiro seguirá ou não. Em 2020, o déficit já chega US$ 51,5 bilhões (R$ 277,78 bilhões) apenas nas operações financeiras.
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