Elon Musk enfrenta ação coletiva por demissões em massa no Twitter

Anteriormente, Elon Musk venceu uma ação coletiva semelhante movida por funcionários da Tesla, chamando o caso de “trivial”.

Em meio a demissões em massa no Twitter, os funcionários da empresa estão entrando com uma ação coletiva contra o novo CEO da plataforma de mídias sociais, Elon Musk.

De acordo com várias fontes, Musk deu início a uma onda de demissões em massa no Twitter em 4 de novembro, a qual deve reduzir a força de trabalho da empresa a 7.500 pessoas. Especula-se que o novo CEO pode cortar até 50% da equipe atual do Twitter, o que equivale a cerca de 3.500 pessoas, apenas alguns dias depois de adquirir o Twitter por US$ 44 bilhões na semana passada.

Em resposta às demissões, os funcionários do Twitter entraram com uma ação coletiva contra Musk no tribunal federal de São Francisco, informou a Bloomberg. O processo argumenta que o Twitter está violando as leis federais e da Califórnia ao demitir funcionários sem aviso prévio.

A ação refere-se especificamente à Lei Federal de Notificação de Ajuste e Reciclagem de Trabalhadores, que restringe demissões em massa em grandes empresas sem um aviso prévio de pelo menos 60 dias. A renomada advogada de direitos civis Lisa Bloom argumentou que Musk ignorou completamente a lei, que se aplica a todos os empregadores da Califórnia que possuem mais de 75 funcionários sob contrato.

Esta lei WARN se aplica a todos os empregadores da Califórnia com mais de 75 funcionários, o que obviamente inclui o Twitter com seus milhares de funcionários.

O objetivo da lei é dar aos funcionários demitidos tempo para descobrir como lidar com a situação.

E Elon a ignora completamente.

— Lisa Bloom (@LisaBloom)

Shannon Liss-Riordan, a advogada que entrou com a ação coletiva em 3 de novembro, disse que todos os funcionários do Twitter deveriam estar cientes de seus direitos. Os funcionários “não devem abrir mão de seus direitos e devem saber que eles têm um caminho para reivindicar seus direitos”, observou a advogada.

Liss-Riordan é conhecida por ter processado a Tesla, a empresa de carros elétricos de Musk, com reivindicações semelhantes às atuais em junho de 2022, quando Musk cortou cerca de 10% da força de trabalho da empresa. A Tesla acabou ganhando o caso em uma decisão a portas fechadas em vez de em um tribunal aberto. Na ocasião, Musk teria descrito o processo da Tesla como “trivial”.

“Parece que ele está repetindo a mesma cartilha do que fez na Tesla”, afirmou Liss-Riordan.

As demissões fazem parte de muitas mudanças que estão ocorrendo no Twitter após a aquisição de Musk, incluindo a verificação de contas pagas. Segundo relatos, o Twitter começará a cobrar pelo selo azul de verificação de autenticidade a partir de 7 de novembro.

As demissões em massa não são exclusividade do Twitter, pois muitas empresas ao redor do mundo estão cortando suas forças de trabalho em meio à desaceleração contínua do setor de tecnologia. Gigantes da tecnologia, incluindo Meta, Amazon, Microsoft e Google, estão congelando contratações ou cortando empregos há meses.

Muitas empresas de criptomoedas também foram afetadas sob o impacto do atual ciclo de baixa do mercado. De acordo com dados compilados pelo provedor de dados de criptomoedas CoinGecko, cidades como São Francisco, Dubai e Nova York são as mais atingidas pelas demissões da indústria de criptomoedas em 2022.

Fonte: CoinGecko

A notícia vem à tona depois que a Bolsa de Valores de Nova York retirou o Twitter do pregão em 28 de outubro depois que o gigante de mídia social se tornou uma empresa privada. Outras plataformas de negociação compatíveis com criptomoedas, como eToro e Robinhood, também removeram o Twitter de suas plataformas. De acordo com estimativas da empresa de pesquisa Bot Sentinel, o Twitter pode ter perdido mais de um milhão de usuários, ou 877.000 contas, desde a aquisição de Musk.

Maior exchange global de criptomoedas em volume negociado, a Binance investiu US$ 500 milhões para obter uma participação no capital do Twitter. O CEO da Binance, Changpeng Zhao, disse que o investimento tem um alto potencial em termos de monetização, liberdade de expressão na comunidade de criptomoedas, bem como a oportunidade de eventualmente “ajudar a aproximar o Twitter da Web3”.

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