Economista Luiz Roberto Calado deixa a corretora de criptomoedas Braziliex
Menos de três meses depois de assumir como CEO da corretora de criptomoedas Braziliex, o economista Luiz Roberto Calado deixou o posto — e a empresa.
“A combinação era fazer um experimento de três meses. Com a proximidade deste período, avaliamos que era melhor interromper o relacionamento”, disse Calado por telefone ao Portal do Bitcoin.
O executivo afirmou que a saída foi amigável, tal como ocorreu quando saiu da Mercado Bitcoin onde ficou por quase um ano. O motivo principal é que houve problemas sobre as visões de liderança da empresa:
“Eles tinham uma expectativa de uma função minha de palestrante e contato com o mercado, mas eu também tinha uma expectativa maior de liderar efetivamente a empresa como CEO. Nessa segunda parte, os nossos pontos não convergiram bem”.
Um dos donos da Braziliex, Marcelo Rozgrin, confirmou a saída do executivo. “Tínhamos combinado um período de teste para alinharmos, mas não aconteceu. Continuamos amigos, ele é uma ótima pessoa”, escreveu via WhatsApp.
Calado escolheu bem as palavras e afirmou ter entendido as dificuldades das circunstâncias. “O dono de uma empresa convidar um terceiro para ser CEO é sempre um risco como em qualquer outro mercado”.
Conforme o economista, ao lidar com o teste de suas ideias no dia a dia da empresa, ambos foram percebendo que os objetivos não convergiam.
A ideia da contratação, segundo Rozgrin, era ter uma pessoa com perfil público conhecido para ser o rosto da empresa e divulgar a marca: “Mas o Calado queria participar da gestão executiva e de algumas decisões que nesse momento a gente prefere esperar um pouco”.
O executivo pensava diferente: “Tenho muita vontade de fazer coisas diferentes, de revolucionar, e talvez pelo momento de mercado, que está difícil a reação, não são todos que topam apostar no diferente nesse momento tão delicado”.
Questionado, Calado negou que atual cenário de baixa tenha relação com sua saída da empresa.
Futuro com criptomoedas?
O ex-ceo da Braziliex acredita que 2019 será um ano de maior rigor regulatório no mercado brasileiro. “O Moro e o Coaf vão fechar o cerco contra uma parte do mercado que não segue com tanto rigor questões como KYC”.
Para o futuro, ele diz que está começando a pensar sobre o que vai fazer e deixou várias conversas sobre negócios e oportunidades na área de finanças de lado quando entrou na empresa. Mesmo assim, afirmou que ficaria no mercado de criptomoedas.
“Sou um cara de finanças que adora criptomoedas, mas posso mergulhar em outras coisas”, disse.
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